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| O corpo do jornalista Celso Mazzieri foi localizado em um canavial na cidade de Porto Feliz nesta quarta-feira (5). Ele estava desaparecido desde sábado (28) Reprodução/Facebook |
Marcelo Rezende, apresentador do programa policial "Cidade Alerta" entrevista irmão de vítima de assassinato, por telefone, deixa microfone aberto até para palavrões.
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
A dor da perda de um ente querido é imensurável, principalmente se a vítima for um irmão mais novo. A Polícia Civil de Porto Feliz confirmou que o corpo do jornalista Celso Mazzieri, 45, desaparecido desde a madrugada de sábado (1), foi encontrado no começo da tarde desta quarta-feira (5) na cidade, no interior de São Paulo. O corpo de Mazzieri foi localizado por delegados da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Sorocaba, depois que o carro do jornalista foi localizado em um canavial.
Segundo a polícia, três adolescentes que estavam na companhia do jornalista no dia de seu desaparecimento confessaram ter matado Mazzieri. Um deles, de acordo com a família, seria namorado do jornalista.
É de se imaginar a dor que a família sentiu na hora em que recebeu a notícia. Jornalistas como o apresentador do programa da Record, nessas horas, se aproveitam da dor e da fragilidade dos familiares para entrevistá-los, com um único objetivo, aumentar a audiência do programa.
Foi o que aconteceu, mais uma vez, na tarde desta quarta feira de cinzas, o irmão da vítima ao dar entrevista por telefone ao programa, estava tão indignado com a morte brutal do irmão que pronunciou vários palavrões, xingando os assassinos e dizendo frases como "tem que dar um tapa na cara desses senadores que estão pulando o Carnaval", referindo-se ao Projeto de Lei que previa a redução da maioridade penal, rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado recentemente.
É legítima a dor e a indignação do rapaz entrevistado, numa hora como essas algumas pessoas não pensam no que vão dizer, tamanha a revolta que sentem. O que é imoral é a emissora se aproveitar dessa dor, deixando ir ao ar os palavrões e outras declarações do jovem que, em dado momento disse que falou para o namorado da vítima, um dos assassinos, "eu vou te matar".
O que esses programas prestam, na verdade, é um desserviço à sociedade, instigando, inclusive, o justiçamento.
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