O Jornal da Band manipula notícia de aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas cervejas e cosméticos, como sendo a maneira que o governo encontrou para não aumentar a tarifa de energia elétrica.
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O Jornal da Band, na noite desta quarta (26), exibiu uma reportagem em que noticiou o aumento do IPI nas cervejas e cosméticos no próximo mês. Acontece que a "justificativa", que a TV atribuiu como sendo do governo, foi a de que era necessário aumentar os impostos, desses produtos, para conter o aumento da tarifa de energia elétrica.
Perdoem-me a expressão, mas é muita feladaputice desse editor de jornalismo da Band.
Primeiro, um governo progressista não governa para grupos, mas para toda a sociedade. Se tiver que escolher entre aumentar imposto - ou a tarifa - de energia elétrica, que é utilizada por todos, pobres, ricos, indústrias, etc. ou de cosméticos - que os ricos consomem muito mais do que os não ricos - é justo que aumente o imposto do batom.
Aumentar a tarifa de energia elétrica provoca um efeito dominó bem maior, onera tudo, indústria e comércio principalmente, repassando imediatamente para o consumidor através do aumento de preços de seus produtos e serviços.
A emissora foi às ruas e supermercados e entrevistou as pessoas, mas eles não mostraram qual foi a pergunta feita ao entrevistado, mostraram apenas parte da resposta. Uma senhora falou que "isso é trocar seis por meia dúzia", um senhor mais exaltado falou que "o governo não tem que aumentar nada não, é um absurdo".
Mas a resposta que me chamou mais a atenção foi a de um jovem que disse que "os alimentos já estão muito caros, não tem condições de aumentar os impostos mais ainda. Nós já pagamos impostos dos alimentos".
Alimentos? Que alimentos? O IPI está previsto para as chamadas bebidas frias, cervejas, refrigerantes, água mineral e cosméticos!!
Em seguida um economista deu a receita salvadora, "reduzir os gastos do governo para compensar o rombo na energia elétrica".
Não restam dúvidas que a "redução de gastos" que eles querem é acabar com os Programas Sociais do governo, a elite não abre mão de nada e eles sabem que dinheiro não nasce em árvore, para colocar dinheiro em um lugar tem que tirar de outro.
Ouvi de um empresário aqui de Brasília que ele "é contra a fome, tem que acabar com a miséria sim do país, desde que não mexam no meu bolso".
A maioria deles pensa assim.
O Marco Civil da Internet já conseguimos, que venha a regulamentação da mídia e o jornalismo passe a ser exercido com honestidade.
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