População faz reflexões sobre a importância da equidade de gêneroO Mutirão Rede Mulher de Informação, Formação e Cidadania, da Secretaria da Mulher, completará dois anos em maio.
Realizado junto às comunidades e também dentro das escolas, o Mutirão sensibiliza as pessoas sobre a necessidade de criação de uma cultura de igualdade entre mulheres e homens.
Já passaram pelos Mutirões mais de 3 mil pessoas em 24 Regiões Administrativas e duas cidades da Região Metropolitana. O público é majoritariamente formado por mulheres; e os homens, quando participam, contribuem muito com as discussões. "Enfrentar atitudes machistas e desconstruir a chamada cultura patriarcal é tarefa da sociedade, de mulheres e homens que caminham juntos e em condição de igualdade", frisa a coordenadora dos Mutirões, a psicóloga Katia Sardinha, da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres.
Dois Mutirões aconteceram em abril. Um deles no dia 8, no Centro de Ensino Fundamental São José, área rural de Planaltina. Profissionais da educação e representantes da comunidade escolar debateram as relações de gênero e o papel da escola na consolidação e disseminação dos valores da igualdade entre mulheres e homens.
Para Juliana Estrela, servidora da SEM-DF que conduziu a atividade, o ambiente escolar é propício para a discussão das questões de gênero. "Precisamos fazer com que as crianças, nas séries iniciais da educação básica, tenham informações e condições de refletir sobre a importância da igualdade entre meninas e meninos", afirma.
No Distrito Federal, há uma resolução do Conselho de Educação do Distrito Federal que torna obrigatória a inserção dos direitos das mulheres e de questões de gênero no currículo da Educação Básica. Os Mutirões, assim como o Jogo da Mulher, material lúdico didático sobre os direitos das mulheres criado pela SEM-DF, têm sido utilizados para o cumprimento da norma.
Secretaria vai ao encontro da comunidade - Outro Mutirão foi realizado no dia 15, junto às mulheres da Unidade de Acolhimento para Mulheres (Casa Flor) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (SEDEST), em Taguatinga.
Durante a atividade as mulheres puderam relatar suas vivências e tirar dúvidas sobre a Lei Maria da Penha. Muitas desconheciam, por exemplo, as medidas protetivas e as formas de solicitá-las. "A Lei Maria da Penha é um conteúdo básico, que não pode faltar em nenhum Mutirão. Ainda há muito desconhecimento em torno da lei", explica a pedagoga Jacilene Pimentel, que integra a equipe do Mutirão.
GDF Fazendo Gênero na Escola – Os Mutirões que acontecem em ambientes escolares integram o projeto "GDF Fazendo Gênero na Escola", voltado para professoras/es, diretoras/es, coordenadoras/es, representantes de sala e da comunidade escolar. Em 2013, a Secretaria da Mulher realizou 28 edições do projeto, contemplando a participação de 1.210 pessoas, distribuídas em 14 Regiões Administrativas e no Município de Valparaíso de Goiás.
Uma pesquisa realizada com 305 participantes dos Mutirões, mostrou que a atividade atinge o seu objetivo de sensibilizar as pessoas sobre as questões de gênero e informar sobre a Lei Maria da Penha. Antes da realização das atividades, 61% das pessoas disseram "conhecer um pouco" a Lei Maria da Penha.
Imediatamente após a atividade, 56% das entrevistadas/os afirmaram conhecer muito bem ou muito mais a lei e 37% disseram que passaram a conhecer "um pouco mais". Apenas 4% se disseram indiferentes em relação à temática de gênero após a atividade; 89% das pessoas afirmaram que atividade alterou a sua percepção anterior sobre a importância do tema, levando-as/os a refletir mais sobre o assunto.
Continuidade – A realização dos Mutirões está assegurada no I Plano Distrital de Políticas para as Mulheres (I PDPM). Na Educação, a meta é realizar 56 edições do projeto em parceria com a Secretaria de Educação, abrangendo 14 polos educacionais do Distrito Federal durante o biênio 2014-2015.
Junto às comunidades, a meta é atender com os Mutirões 100% das áreas do Programa de Assentamento de Trabalhadores Rurais e 50% das áreas atendidas pela Unidade Móvel de Acolhimento da Mulher do Campo e do Cerrado, o Ônibus da Mulher. "Para as mulheres rurais, a atividade assume um formato específico, adequado à realidade e à cultura do campo", informa Raimunda Carvalho, profissional da SEM-DF responsável pela organização dos Mutirões.
A formação cidadã passará, ainda, pelas esferas das Secretarias de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (SEDEST) e de Cultura, contemplando as 27 regiões de atuação do Programa Agentes de Cidadania – Mobilização Social e o projeto Bibliotecas do Cerrado.
Experiência compartilhada – O Mutirão Rede Mulher de Informação, Formação e Cidadania foi apresentado no VII ENEDIM- Encontro Nacional de Estudos Dirigidos para Mulheres, em maio de 2013, e também no Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 – Desafio atuais dos Feminismos / Simpósio Temático de Gênero, Tecnologia e Saberes Populares, realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, em setembro de 2013.
Segundo a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Sandra Di Croce Patricio, um dos pontos fortes da atividade é sua capacidade de apresentar a Lei Maria da Penha em um cenário de necessidade de mudança de cultura. "Sempre perguntamos a idade média das pessoas que estão na atividade e sempre tem alguém que nasceu nos anos 1960; quando falamos para essas pessoas que, nessa época, a lei dizia que o marido era o chefe da sociedade conjugal, há uma surpresa inicial e depois uma compreensão de que a Lei Maria da Penha, com apenas sete anos, veio para mudar uma cultura patriarcal enraizada e ainda poderosa entre nós", explica Sandra.
Os próximos Mutirões estão agendas para os dias 13 e 14 de maio, em escolas de Santa Maria e Ceilândia.
ASCOM SEM-DF
3961-1782 / 3425-4779
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