14 de dez. de 2014

As torturas da CIA agitam o mundo

Métodos de tortura praticados pela CIA agitam a comunidade internacional
Comitê do Senado dos Estados Unidos revelou ao mundo brutalidade da inteligência norte-americana
O Comitê do Senado dos Estados Unidos para Assuntos de Inteligência apresentou nesta semana um relatório sobre os métodos de interrogatório usados por agentes da CIA depois dos atentados de 11 de setembro em prisioneiros suspeitos de terrorismo. 

O documento de 525 páginas, parte de um relatório ainda mais amplo de 6 mil páginas, revela um terrível quadro de violência e ilegalidade que reinou nas prisões da inteligência norte-americana. 

Os detidos eram privados de sono, encerrados vivos em caixões e sujeitos a simulações de afogamento e fuzilamento. Práticas, que além de brutais e desumanas, se revelaram ineficientes frente aos objetivos aos quais às mesmas se propunham.

Para driblar a responsabilidade criminal perante a lei dos Estados Unidos, a maioria das torturas era praticada fora do território norte-americano. As investigações do Senado revelaram que os interrogatórios dos agentes da CIA aconteciam dentro de aviões especiais que circulavam nos céus de outros países e em navios que navegavam em águas internacionais.

Existiam também prisões secretas fixas em territórios de países como Afeganistão, Iraque, Romênia e Lituânia, bem como prisões mais à vista, como é o caso de Guantánamo, em Cuba, que há 12 anos mantém prisioneiros sem quaisquer acusações formais. No total, um número alarmante de 54 países teria participado de várias formas do sistema de torturas praticado pela Agência Central de Inteligência norte-americana em todo o mundo.

Guantánamo, aliás, é o único caso ligado ao sistema de prisões dos Estados Unidos em toda a América Latina. Em particular, fontes diplomáticas divulgadas pelo WikiLeaks mostraram que o Brasil se opôs de forma veemente à pressão de Washington em aplicar suas práticas brutais em solo brasileiro.

De acordo com o relatório do Senado norte-americano, das 119 pessoas submetidas à tortura pela CIA, pelo menos 26 foram detidas com base em falsas denúncias, mas é praticamente impossível saber quantas eram realmente inocentes.

A publicação do documento está causando uma ampla repercussão negativa no mundo todo, ameaçando manchar a reputação dos Estados Unidos e podendo minar até mesmo a sua jornada pelo combate ao Estado Islâmico.

Especialistas, políticos e observadores da comunidade internacional indicam que os fatos relatados constituem violações de garantias básicas como o Direito Internacional, a Convenção contra a Tortura e o Convênio Internacional de Direitos Humanos.

Apesar de reconhecido o empenho do Presidente norte-americano, Barack Obama, em insistir na transparência de todo esse processo, no sentido de apagar essa “mancha negra” da história dos Estados Unidos, a sua clara intenção em “deixar no passado” todas essas atrocidades deixa claro que a discussão desse polêmico tema está apenas começando.

fonte Diário da Rússia

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