EXMO. SENHOR AÉCIO NEVES
Exmo. Senhor
Trato-o respeitosamente por Excelência e Senhor em respeito aos votos e aos eleitores que lhe conferiram um mandato parlamentar na Casa Maior do Povo Brasileiro, e o meu respeito termina aqui.
A partir do momento em que Vossa excelência chamou os eleitores de Dilma Roussef de cúmplices na roubalheira e, em entrevista à tevê, afirmou que perdeu as eleições para uma organização criminosa, abriu mão da sua inviolabilidade de imagem e da sua autoridade.
Olha aqui, seu moleque safado. Votei em Dilma Roussef e, mais do que não me arrepender, orgulho-me do meu gesto, porque o voto em você, sim, seria o voto no narcotráfico.
Sou bisavô, tenho uma vida de lutas, e o desafio a fazer a minha ficha corrida em todos os âmbitos da justiça, e só não constatará a minha virgindade jurídica porque coleciono processos de subversão, durante a Ditadura Militar, dos quais também me orgulho.
Na minha ficha não constam dois aeroportos construídos com dinheiro público em fazendas da minha família.
Na minha ficha não consta quilos de cocaína, transportadas por avião, e apreendida a só seis quilômetros de fazenda minha, ao lado da fazenda do meu tio, onde construí um dos aeroportos com dinheiro público.
No meu rol de amigos íntimos e pessoais não consta ninguém proprietário de um helicóptero apreendido com meia tonelada de cocaína, com piloto, combustível e manutenção da aeronave pagos com dinheiro público.
Não tenho contas pendentes, por suspeita, no Tribunal de Contas do meu estado.
Nunca fui acusado de desviar dinheiro da Secretaria de Saúde do meu estado.
Não preciso comprar parte da imprensa, e intimidar e chantagear a outra parte, no meu estado, para que escondam que fui atendido em CTI, com overdose de cocaína.
Nunca, visivelmente embriagado, me recusei a fazer o teste do bafômetro, dirigindo bêbado.
Se um policial me chamasse de gangster de alta periculosidade, como você vem sendo chamado publicamente, por um policial mineiro, eu exigiria provas e o levaria às barras do tribunal, a menos que ele tivesse provas do que afirma.
Se um jornalista me perguntasse se sou consumidor de cocaína, como já aconteceu em diversas entrevistas suas, eu o interpelaria em juízo, para que repetisse, e mais, esclarecesse, o porque da pergunta, diante da justiça.
A maior e praticamente única reserva em condições comerciais de exploração, do raro e caríssimo metal Nióbio, sofre sangria, desde a Ditadura Militar, nas mãos de brasileiros lesa pátria, através do subfaturamento e, principalmente, do contrabando.
Explorada por uma Estatal esta mina seria tão ou mais rentável que a Petrobrás. Como ela chegou às mãos da sua família, atual proprietária?
Baseado em que, as mídias norte americana e europeia afirmaram que você tem ligações com o narcotráfico?
Com que interesses, ferindo a tradição e o protocolo, quando governador, você não nomeou juiz indicado pelo Judiciário, e sim um outro que, coincidentemente expediu Habeas Corpus para o seu tio, conhecido narcotraficante?
Porque essa negociação, a do Habeas Corpus, conforme vizinhos, membros da quadrilha e da imprensa, aconteceu num alambique (fábrica de cachaça) de propriedade da sua família?
Na minha ficha não consta nada disso, garotão.
De mim nenhum respeitado delegado, como um aqui do Rio de Janeiro, afirmou: “quantas vezes prendi esse moleque, drogado e promovendo arruaças, mas logo depois vinha o telefonema de um poderoso, mandando soltar”.
Todo mundo da sua faixa etária, aqui no Rio de Janeiro, e que frequentou a orla marítima da Zona Sul carioca se lembra muito bem do surfista Aécio, e do que ele fazia.
Com um currículo (parcial) desse, concluo que teria votado em um bandido se tivesse votado em você.
Com um currículo (parcial) desse eu, sim, teria votado numa organização criminosa tivesse dado o meu voto a você.
Ponha-se no seu lugar de derrotado, arregimente forças para uma próxima eleição, continue contando com a blindagem da mídia e pare de falar besteiras, o que se coaduna com o moleque que você sempre foi, mas destoa da posição de Senador.
Contrariadamente
Francisco Costa
Rio de Janeiro, 02/12/2014.
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