23 de jan. de 2015

Curso da "cura gay" é interrompido por MPDF

O folheto promete a "cura gay"
foto reprodução
Dois palestrantes que ministravam um curso sobre uma suposta cura gay são intimados pelo Ministério Público do Distrito Federal.

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

A intimação foi feita na noite desta quinta (22) durante a penúltima aula de um curso denominado "Homossexualismo: ajudando biblicamente, a prevenir e tratar aqueles que desejam voltar ao padrão de Deus para sua sexualidade", que estava sendo ministrado desde a última segunda-feira (19), em local não divulgado.

A iniciativa foi do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do Distrito Federal, após ter recebido uma denúncia do deputado federal, Jean Wyllys (PSOL/RJ). Segundo o jornal O Globo, os autores da palestra que foram intimados pelo MPDF são Claudemiro Soares, especialista em políticas públicas, e o teólogo Airton Williams.

Claudemiro declarou ao jornal que já foi homossexual, não é mais. Ele disse ainda que relata a sua experiência em um livro de sua autoria. Segundo ele, "o livro é um compilado científico sobre o tema".Os palestrantes se declararam surpresos com a intimação e atribuíram a denúncia aos militantes gays "sociopatas". Disseram ainda que no Brasil existe "uma máfia LGBT".

Nas redes sociais a pastora Damares Alves, publicou que "Tanto roubo em Brasília, tanta corrupção, obras paradas por desvios de verbas públicas, greves em todos os setores, a violência crescendo, estamos aqui batendo recorde nacional de abuso sexual de crianças e adolescentes e o Ministério Público não tem mais nada o que fazer em Brasília e vai pela noite interromper um curso pois o deputado Jean Willys se sentiu incomodado com o tema?
Como aceitar que um curso ministrado em um lugar fechado apenas para líderes evangélicos, um curso de orientação de como colher, aconselhar e ajudar os milhares de homossexuais que procuram nossas igrejas por se sentirem desconfortáveis com sua condição ou que estão deprimidos e tristes seja interrompido desta forma"?

Já o pastor Silas Malafaia, foi mais agressivo, como é de seu costume. Ele começou dizendo que "DESAFIO > Ofereçam cursos para alguém deixar de ser evangélico,qual o problema? Estamos no estado democrático de direito.Palhaçada do MP DF". Tuitou Silas. Visivelmente irritado, o pastor criticou o MPDF dizendo que defender o aborto e "o uso de drogas" abertamente não é crime. Também vociferou que os ativistas da causa gay transformaram as Ciências Humanas em Ciências exatas. Por fim disparou: "terapia para gay,é proibido e o lugar invadido pelo MP do DF.É revoltante,cambada de medíocres,tem que aprender sobre democracia".

Estes são os argumentos de quem se diz "Homem de Deus" e deveria pregar a tolerância e o amor ao próximo.

O deputado federal Jean Wyllys, também se manifestou sobre o fato em sua página no facebook. Ele disse que  os fundamentalistas religiosos, empresários da fé, fazem de tudo para iludir, enganar e, acima de tudo, lucrar em cima de seus fieis, referindo-se ao valor do curso, R$ 120,00. Mais adiante o deputado Jean disse que "Por convicções puramente religiosas, esses charlatões se consideram no direito não só de ir contra os direitos humanos de milhões de cidadãos e cidadãs brasileiras, mas também de desconstruir um ponto pacífico entre toda uma comunidade científica: nem a homossexualidade, nem a heterossexualidade, e nem a bissexualidade são doenças, e sim uma forma natural de desenvolvimento sexual. Para se ter uma ideia, nos EUA, Darlene Bogle, ex-liderança de um dos mais conhecidos grupos que dizem “curar” a homossexualidade, o Exodus, veio a publico pedir perdão por seus crimes alguns anos atrás, assumindo em coletiva de imprensa a farsa que são estas terapias".

Parabéns ao MPDF!

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