8 de jan. de 2015

Os atentados na Charlie Hebdo.

Vou interromper minhas férias para comentar sobre os atentados na Charlie Hebdo.

por Thomas de Toledo

Antes de tudo, condenemos os ataques e solidarizemo-nos com as vítimas. Mas deixemos claro que o responsável por tais ataques é antes de tudo o governo terrorista francês e seus aliados terroristas ocidentais por promoverem uma política interna islamofóbica e externamente por financiarem o terrorismo islâmico.

Internamente, a França proibiu muçulmanas de usarem véu, proibiu protestos em favor dos palestinos contra o terrorismo de Israel e proibiu manifestações públicas da identidade muçulmana. Externamente, financiam junto com os Estados Unidos e outros países europeus hordas de mercenários islâmicos fanáticos para derrubarem regimes laicos que não se alinham geopoliticamente com a OTAN no Oriente Médio.

Foi o regime terrorista francês de Sarkozy que levou o terrorismo para a Líbia, financiando fundamentalistas islâmicos a derrubarem Kaddaffi. Foi o regime terrorista francês de Hollande que retomou a corrida colonialista pela África na Costa do Marfim e no Mali para controlar recursos naturais, jogando grupo terrorista A contra grupo terrorista B, na velha tática de dividir para governar. É o regime terrorista francês que desde 2011 está em uma coalizão na Síria, financiando fanáticos islâmicos como mercenários contra o presidente Bashar Al Assad; esses mesmos mercenários que fundaram o Estado Islâmico e que continuam sendo financiados pelos aliados do regime terrorista francês no Oriente Médio. Sem contar a presença do regime terrorista francês no Afeganistão, Iraque e em outras agressões imperialistas lideradas pelos EUA em países de maioria muçulmana.

Com relação às charges do profeta Mohammed, não se trata da defesa da "liberdade de expressão" como dizem os meios de comunicação que procuram manipular sentimentos. Trata-se de uma política clara de "choque de civilizações" que George W. Bush lançou contra os países de maioria muçulmana para controlar seu petróleo, que foi seguida por Obama e pelos obedientes cachorrinhos franceses Chirac, Sarkozy e Hollande. Foi nesse contexto de provocação e estímulo ao ódio religioso a partir dos regimes terroristas ocidentais, que começaram a ser publicadas as tais charges. Portanto, quem plantou ódio está colhendo ódio.

Com relação aos 12 cartunistas, eles não são menos vítimas do que os milhares de líbios, sírios e africanos mortos pela política colonialista do regime terrorista francês. Mas há uma diferença: eles são brancos e europeus, por isto a choradeira costuma ser maior.

Quanto aos que realizaram o atentado, eles não passam de terroristas trombadinhas se comparados aos chefões terroristas que governam a França, os EUA e seus aliados. Terroristas não são apenas barbudos que falam línguas estranhas, mas engravatados que governam países que se consideram "civilizados". Aliás, não me assustaria se este atentado for uma "false flag operation", muito comum em tempos nos quais a prioridade é justificar gastos com novas guerras para tirar a indústria bélica da crise e avançar no colonialismo do século XXI.

Em suma, devemos sim condenar os atentados contra os cartunistas, mas entender o contexto e repudiar acima de tudo o colonialismo ocidental como maior promotor do terrorismo no mundo.

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