1 de fev. de 2015

Fórum Comunitário elege Mesa Diretora

A nova Mesa Diretora do FCG. Da esquerda para a direita,
Eder Alves, Valéria Leite, Ana Maria, Valdeci e
Márcio Carneiro
Foto Eder Alves
A Mesa Diretora do Fórum Comunitário do Gama foi eleita sem concorrentes.

Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Um dos auditório do Centro de Ensino Médio 2 do Gama recebeu a população da cidade para eleger a nova Mesa Diretora do Fórum Comunitário do Gama (FCG). Durante quase três horas cerca de 50 pessoas discutiram propostas e elegeram os cinco candidatos que não tiveram concorrentes às vagas.

A pauta da reunião convocada pelo FCG na tarde deste sábado (31), tinha como propostas discutir inúmeros itens de interesse da população, entre eles a recuperação das bocas de lobos, a construção do campo sintético de futebol do Parque Urbano e Vivencial do Gama (PUVG), a reforma da Feira Permanente, a revitalização das pistas de cooper em toda a cidade, a reforma da rodoviária e da Biblioteca Pública, entre outras.
O Professor Barreira dirigiu os trabalhos
da reunião
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No entanto nenhum item foi colocado em discussão devido a apresentação de 5 requerimentos feitos por Márcio Carneiro, que reivindicava aumentar de 3 para 5 os componentes da Mesa Diretora, fazer valer o regimento do FCG que determina a participação das mulheres na Mesa, a não participação na Mesa de pessoas que exerçam cargos comissionados no governo, a criação de comissões temáticas no FCG, como Saúde, Educação, Segurança, etc., e aumentar o tempo de exercício dos componentes da Mesa de 120 dias para 180 dias.

O requerente justificou o pedido alegando que o acréscimo de mais dois membros daria mais celeridade aos trabalhos do Fórum. Que a participação feminina propiciaria um olhar mais atento e dedicado nas soluções das demandas encaminhadas pela população. Que as pessoas no exercício de cargos comissionados sendo membro da Mesa, ficariam engessados para cobrar do gestor público as soluções de problemas apresentados pela sociedade. Aumentar o prazo de exercício da mesa para 180 dias facilitaria a articulação e a mobilização dos moradores para compor as plenárias de deliberação e votação, na opinião de Márcio Carneiro, 4 meses é um período muito curto para mobilizar, colocando em risco a reunião por falta de córum e, finalmente, que a criação de comissões qualificadas poderiam ser destinadas à membros da sociedade que tenham identidade com o assunto que a comissão se propuser a tratar.

Quem dirigiu os trabalhos da Mesa foi o professor Barreira, que ocupava uma das cadeiras da mesa por mais de 1 ano, mesmo não sendo regimental, cuja determinação era a alternância à cada 120 dias.

Professor Cleber Soares
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Á princípio Barreira demonstrou não ser favorável em acatar os requerimentos, alegando que a reunião já tinha uma pauta definida e propôs submeter os requerimentos à plenária em uma data posterior. Acontece que em uma situação como esta a Mesa não pode deliberar se acata ou não qualquer propositura de qualquer membro da plenária, a direção da Mesa é obrigada a submeter o pedido à votação dos presentes.

Após um debate acalorado entre os interessados em aprovar os cinco requerimentos e um pequeno grupo contrário à aprovação, a direção da Mesa resolveu submeter os requerimentos à plenária.

Visivelmente contrariado, Barreira continuou a dirigir os trabalhos mas agora, diferentemente de quando começou a reunião, de maneira prolixa e redundante, notadamente com a intenção de esvaziar a plenária com a saída dos impacientes, em uma tentativa de forçar a falta de córum. Por diversas vezes Barreira repetiu que a formação inicial da Mesa era de 7 pessoas e que foi reduzida para 3 por haver entendimento de que esse número de pessoas era suficiente para a realização das tarefas. Na tentativa de ganhar tempo ele proporcionava à plenária um monólogo cansativo.

Recomeçaram os debates mais acalorados ainda até que, Barreira tentou uma outra manobra, propondo o adiamento da eleição da Mesa para que os requerimentos fossem discutidos, mais uma vez demonstrando a intenção de ganhar mais tempo e se articular para uma provável reeleição. A proposta feita nos cinco requerimentos no entanto, não previa a discussão do mérito dos requerimentos, mas simplesmente aprová-los, a discussão poderia ser feita em um momento posterior.

Candidatos à eleição conversam com
a população
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Um dos que faziam parte do pequeno grupo contrário à aprovação do requerimento, João Breyer, ratificou os argumentos iniciais de Barreira dizendo que "Esta reunião já tem uma pauta previamente definida, vocês não podem chegar aqui e aprovar o que quiserem à toque de caixa, isso é uma palhaçada", disse Breyer, visivelmente alterado e aos gritos.

Na perspectiva de esgotarem-se as manobras para barrar os requerimentos, Barreira colocou em votação se a plenária era favorável ao adiamento da eleição da Mesa Diretora, que foi rejeitado quase que por unanimidade.

Em uma questão de ordem Valdeci disse que participa do FCG desde sua formação e que nesse tempo todo nunca tinha visto uma reunião naqueles moldes, referindo-se aos debates acalorados e ânimos exaltados dos participantes, o Bombeiro Militar pediu calma e que todos defendessem seus pontos de vista de maneira respeitosa, independente do grupo ou partidos políticos ali representados.

Já o professor Cleber Soares disse que a mesa estava na contramão das práticas do FCG, que não submeter os requerimentos à plenária era subverter à lógica do Fórum.

A população atenta aos debates
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A professora Rosângela pediu a palavra para dizer que estava "no local há mais de duas horas ouvindo pessoas disputando um lugar para ocupar um lugar na mesa", disse ainda que não tinha certeza se essas mesmas pessoas estavam interessadas em fazer alguma coisa pela cidade, que todo aquele debate era travado por partidos políticos e que seu partido era o Gama, no que foi muito aplaudida.

Aqui eu abro um parêntese para interromper o relato e fazer um comentário. Não vejo muita lucidez nessa afirmação da professora porque os partidos políticos são associações de representação popular abertos à livre filiação. Além do mais, se foi franqueada a participação no FCG de associações como o Rotary e o Lions Club, por exemplo, por que não dar o mesmo tratamento aos partidos? O discurso apartidário da professora foi contraditado por ela mesma momentos depois. Ao discordar de Márcio Carneiro, ela disse que "vocês passaram 4 anos no poder e não fizeram nada, vão fazer agora?", referindo-se ao fato de Marcio ter feito parte do governo Agnelo Queiroz, ocupando um cargo na Administração da cidade.

Uma das candidatas eleitas, Rosângela Leite
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Finalmente a plenária aprovou 4 dos cinco requerimentos rapidamente, voltando a empacar no requerimento que propunha a criação das comissões temáticas. Mais uma vez o professor Barreira entra em cena e retira-se da Mesa para fazer uma proposta diferente da que estava sendo votada. A proposta consistia na criação de comissões por setor e não temáticas. Segundo ele as comissões discutiriam os problemas dos setores da cidade. Essa proposta descabida inviabilizaria o trabalho das comissões porque, discutir os problemas do Setor Oeste ou Setor Leste, por exemplo, que agrupam a maior parte da população da cidade, seria praticamente impossível. Sua proposta foi rejeitada e o último requerimento foi aprovado. Mesmo assim, insatisfeito em ver suas sugestões serem reprovadas continuamente pela plenária, Barreira fez mais uma proposta, criar comissões temáticas e comissões por setor que, por acordo, foi aprovadas.

Sem mais alternativas de barrar o processo de ampliação e renovação da Mesa Diretora do FCG, Barreira passou rapidamente à votação para eleger a nova direção.

Apenas 5 candidatos apresentaram-se à frente e foram eleitos por unanimidade por absoluta falta de adversários ou concorrentes.

O FCG está no seu 11° ano de atividades e tem como objetivo ouvir e acatar as demandas da comunidade e apresentá-las ao governo para que cumpra seu dever de atendê-las. Cobrar do governo as soluções para as demandas também são atribuições do FCG.

Preocupados com a política neoliberal que está sendo implantada no DF, que prioriza subtrair conquistas da população, a nova Mesa Diretora do FCG, de viés progressista e comprometida com a cidade, será um instrumento importante na vigilância e defesa dos interesses da população do Gama.

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