17 de abr. de 2015

Exercite o seu direito, mas não me provoque

Todo cidadão pode e deve exercitar os seus direitos mas, sem provocações gratuitas

Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Eu refleti muito antes de publicar este relato, principalmente porque o ponto central dele só pode ser compreendido, na íntegra, com uma afirmação chula portanto, se você tem dificuldades em ler textos que contenham palavrões, recomendo que pare por aqui.

No último dia 12 inauguramos o espaço cultural Cantoria, Blues e o Escambau, na Feira Permanente do Gama. Estava eu no Açougue do Roberto, aguardando que a rabada que encomendei fosse submetida à serra, quando percebi um cidadão ao meu lado olhando-me com uma cara de bunda, aquela mesma cara de quem soltou um peido e deixou uma marca de freada de moto na cueca.

Como a data da inauguração foi a mesma  em que a elite racista voltou às ruas, embora em menor número, resolvi vestir a camiseta da "Dilma coração valente", para que ficasse claro o meu apoio à ela, entretanto, o dito cujo que me olhava com desdém, vestia uma camisa da Seleção Brasileira de Futebol.

Em uma atitude explicitamente provocativa, o camarada murmurou em voz alta, com a nítida intenção de me provocar, " é... daqui à pouco vou para a Esplanada protestar..."

Serenamente olhei no fundo de seus olhos e, fraternalmente disse, em meio tom de voz: "TEU CÚ!"

Pela atitude que ele teve, imaginei que não esperava a minha reação, porque retirou-se do local apressadamente. 

O Roberto, proprietário do açougue, questionou-me: "tu é doido bicho?" e eu respondi que não, porque aquele cidadão tinha todo o direito de discordar do governo e de ir às ruas manifestar a sua insatisfação porque, no passado, lutamos para que ele pudesse exercer esse direito entretanto, esse mesmo cidadão não tinha o direito de me fazer uma provocação gratuita.

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