O deputado Alberto Fraga apresentará Projeto de Lei que dará direito a deputados portarem armas
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O deputado federal Alberto Fraga, DEM/DF, anunciou que vai apresentar um Projeto de Lei, na próxima terça-feira (14), que autoriza os 513 deputados a portar arma de fogo, se assim o quiserem. Fraga é o presidente da Frente Parlamentar de Segurança Pública, mais conhecida como bancada da bala.
Nas eleições de 2014 foi o candidato a deputado federal mais votado no Distrito Federal e seus principais discursos de campanha foram pelo fim do auxílio reclusão e o seu posicionamento contrario ao Estatuto do Desarmamento, além das duríssimas críticas ao governador Agnelo Queiroz e a presidenta Dilma. Ele teve 155.056 votos (10,66%). Fraga já havia concorrido três vezes a uma vaga na Câmara Federal, tendo vencido em 2002 e 2006 e sendo derrotado em 2010.
Os 240 deputados da bancada da bala representam o maior lobby do Congresso Nacional, com capacidade de aprovar qualquer Projeto de Lei com folga, entretanto, ao anunciar que vai apresentar tal projeto, fica claro que vão legislar em causa própria.
O coronel da reserva da Polícia Militar do DF, disse que a motivação para apresentar essa matéria se deu devido a agressão sofrida pelo deputado federal Lincoln Portela, PR-MG, durante as manifestações dos movimentos sociais contra a terceirização em frente ao Congresso.
Vale lembrar que conflito se deu em face das provocações feitas pela Polícia Legislativa que, desnecessariamente, jogou gás de pimenta em alguns manifestantes, aparentemente numa provocação gratuita, o que levou os manifestantes a reagirem contra a agressão sofrida.
O projeto de Fraga nos remete aos anos 60, quando Arnon de Mello, senador e pai do hoje ex-presidente da República e também senador, Fernando Collor de Mello, sacou uma arma no meio plenário do Senado na tentativa de matar seu desafeto político, o senador Silvestre Péricles. Mas de três tiros, apenas um foi fatal e acertou outro colega da casa, o senador José Kairala que morreu 5h depois. O fato ocorreu em 4 de dezembro de 1963.
Arnon, entretanto, não foi preso pois manteve sua imunidade parlamentar já que não teve seu mandato cassado no Senado após o ocorrido.
De gosto duvidoso, mas com objetivos diferentes, foi a atitude do deputado estadual de Goiás. Valcenôr Braz,PTB, ao disparar um tiro com uma arma de brinquedo na sessão plenária da Assembleia Legislativa do estado no dia 24 de setembro de 2013. O disparo em plenário aconteceu quando o parlamentar foi à tribuna para defender que o estado seguisse os passos do Distrito Federal e aprovasse um projeto de lei que proíbe a fabricação e venda deste tipo de produto. Na ocasião, muitos se assustaram com o falso tiro.
Para a imprensa Valcenôr disse que "Quando era criança, nunca ganhei de presente [arma de brinquedo]. Mas há muito tempo, depois de adulto, tive uma arma por aproximadamente quatro anos para a minha defesa pessoal. Eu tinha porte, tudo certinho. Mas passado esse período, vi que nunca teria coragem de usá-la, mesmo que fosse preciso. Então resolvi me desfazer dela", contou.
Tudo indica que o coronel saiu da caserna mas a caserna não saiu do coronel. Vivemos dias em que nunca se falou tanto em combate à violência, dezenas de vezes os especialistas em Segurança Pública orientam para se reagir à assaltos, aí sua excelência quer que os seus pares andem armados, pra que? Para meter bala nas galerias quando alguém se opuser à sua fala?
Só Odin para nos salvar desses loucos.
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