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Reportagem da TV Record revela que a escravidão no Brasil não acabou
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
A TV Record exibiu nesta segunda-feira (16), às 22:30h, uma reportagem no programa "Repórter Record Investigação", a matéria é uma denúncia estarrecedora: a escravidão no Brasil não acabou. A reportagem foi à três cidades no Estado de Goiás, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, onde verificou que meninas de 8 a 14 anos, moradoras em quilombos da região, são submetidas Á trabalho escravo nas casas dos brancos e transformadas em escravas sexuais pelos patrões.
Uma dessas meninas relata que foi obrigada a dormir na casa do cachorro por 18 anos e afirmou ao repórter que "se sente mal" quando fala sobre o assunto.
"A gente tem conhecimento de 57 denúncias, mas na verdade a prática da exploração de crianças negras vem de tanto tempo e de uma forma tão ‘normal’ para aquelas pessoas que o número de casos pode ser muito maior”, diz em vídeo Marcelo Magalhães, editor da reportagem.
O jornalista Douglas Belchior, publicou um texto sobre a reportagem onde demonstra sua indignação quando questiona que "um ódio, misturado a dúvidas e certezas me agonia o pensamento: como é possível, num país que não alcançou o nível básico de proteção e dignidade à vida de meninas, crianças de 8, 9, 11, 14 anos de idade, discutirmos a destruição da maior legislação de proteção, o ECA? Que espécie de país é esse que naturaliza, banaliza e estimula, por ações e omissões, o estupro coletivo de suas crianças? E que moral têm os senhores engravatados, alimentados por altos salários, corruptos, hereges legislativos que em nome de Deus, da moral, da família, ou mesmo, hipócritas, em nome da história da luta por direitos sociais, “vermelhos-comunais”, que gestam a burocracia, arrotam status, se engalfinham por holofotes e se justificam na burocracia do executivo, dos ministérios, secretarias e conselhos, como o que eu participo, por exemplo – o Conanda – ineficaz, moroso e vergonhoso que é. Que moral? Talvez a moral do escárnio."
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