8 de jun. de 2015

Greve deixa mais de 1 milhão de pessoas sem ônibus no DF

Os rodoviários do Distrito Federal iniciaram hoje (8) uma greve e paralisaram os ônibus, apesar da determinação judicial para manter 70% dos veículos circulando nos horários de pico. 
A estimativa é que a greve tenha deixado mais de um milhão de passageiros sem ônibus, de acordo com o Transporte Urbano no Distrito Federal (DFTrans).

Sem ônibus, a população teve dificuldades para sair de casa e o chamado transporte pirata – veículos sem licença para transportar passageiros - circula pelas ruas e ocupa a rodoviária de Brasília. Muitos brasilienses tiraram os carros da garagem para não perder aulas e o dia de trabalho. Pela manhã, algumas faixas exclusivas para ônibus foram liberadas à circulação de carros de passeio para ajudar a desafogar o trânsito.

A estudante Aleci Arruda, moradora do Varjão, costuma ir para a faculdade de ônibus, assim como seu namorado. Hoje, o namorado de Aleci decidiu pegar o carro para os dois não perderam a aula. Ela conta que o trânsito estava mais carregado que nos outros dias e eles enfrentaram congestionamento pela manhã.

“Agora tenho que voltar para o Varjão, tem uns 15 minutos que estou esperando um ônibus, e nada. Nem ônibus pirata está saindo para lá. Se não aparecer, vou ter que esperar meu namorado sair da faculdade e vir me buscar”, contou Aleci, enquanto procurava transporte na Rodoviária do Plano Piloto.

A reportagem da Agência Brasil esteve na rodoviária do Plano Piloto e viu apenas algumas linhas de ônibus da empresa de transporte do governo do Distrito Federal circulando. Os boxes reservados aos ônibus estavam cheios de ônibus e vans não regularizados.

A dona de casa Inês Maria da Silva, moradora de São Sebastião, tinha que comparecer a uma perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), logo cedo, e enfrentou a parada cheia e ônibus lotado para não perder o horário. Ela conta que pegou o ônibus de uma cooperativa e ainda teve que caminhar um bom tempo até chegar ao local da perícia. “Caminhei quase uma hora para chegar lá. Agora, já tem mais de 20 minutos que estou esperando um ônibus da cooperativa para voltar para casa. Só Deus sabe como vai ser. Não vou pegar ônibus pirata, porque eles rodam muito cheios e correm muito”, disse Inês.

A dona de casa conta ainda que a filha faz estágio em um ministério, na zona central de Brasília, e hoje não foi trabalhar temendo principalmente a dificuldade de voltar pra casa. “Minha filha não faltou aula porque deu para ir andando, mas hoje não teve como trabalhar. È um caos, uma situação horrível”, reclamou.

O número de passageiros no metrô teve aumento pela manhã e a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) estendeu o horário de pico, mantendo a circulação de um número maior de trens por mais tempo. Após as 8h45 o número de trens é reduzido de 24 para 15. Hoje, os 24 trens permaneceram em funcionamento até as 10h. A companhia vai avaliar se será necessário ampliar o horário de pico também no início da noite.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que fosse mantida a circulação de 70% da frota de ônibus no horário de pico, durante a greve dos rodoviários. Os trabalhadores pedem reajustes de 20% nos salários e 30% no tíquete-alimentação e cesta-básica, além de plano de saúde familiar. Os empresários ofereceram 8,34% de reajuste salarial.

A greve foi decida em assembleia ontem (7). O Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal informou que até o fim da manhã não havia previsão de nova assembleia.

da Agência Brasil

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