Foto arquivo pessoal |
Em entrevista ao Blog do Arretadinho, presidente do PT do Gama afirma que a "Adm do Gama é um teatro de ilusões".
Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Em uma conversa descontraída, o presidente do Partido dos Trabalhadores, PT, do Gama, concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog do Arretadinho na manhã desta sexta-feira (21), onde respondeu à perguntas relacionadas ao atual cenário político e problemas da cidade.
Confira a íntegra da entrevista:
Blog do Arretadinho: O PT e os partidos aliados não conseguiram reeleger Agnelo Queiroz para o GDF, que lição o partido no Gama tirou deste fato, visto que a cidade era considerada base eleitoral de Agnelo?
Marcio Carneiro: A eleição de 2014 foi muito complicada, aconteceram alguns fatos que deixaram a cabeça do eleitor muito confusa, como por exemplo, a troca da chapa do Arruda pelo Frejat muito próximo do dia da eleição, além da morte do Eduardo Campos e sua substituição por Marina Silva, então padrinhos de Rollemberg, que amargava antes desses acontecimentos a quarta posição nas pesquisas, atrás do Pitmam. Não sei se o Gama vai continuar sendo uma base eleitoral do Agnelo, até porque ele ainda não se posicionou sobre seu futuro politico, entretanto, nossa cidade avançou muito com Agnelo e certamente, se ele voltar a atuar politicamente, terá grande respaldo na cidade se forem feitos alguns ajustes, em face de algumas pessoas que se diziam representantes do Agnelo na cidade, que não souberam fazer seu papel e conseguiram transferir essa rejeição para o Agnelo.
BA: Qual o nome que o PT/Gama defende para disputar as eleições de 2018?
MC: O partido trabalha em torno de um projeto político, estamos conversando com as pessoas, colhendo sugestões, recebendo criticas e elogios. Seremos orientados pela vontade popular, temos bons nomes dentro e fora do Gama que fazem, fizeram e podem fazer muito por nossa cidade, mas escolher um nome ainda não é nosso objetivo, primeiro temos que desenvolver um projeto sobre como vai ser a cidade que queremos.
BA: Você está sendo visto como um crítico contumaz do governo Rollemberg e, em particular, da Administração Regional do Gama, quais as principais deficiências da gestão local que você pode apontar?
MC: O Governo do Distrito Federal hoje está sendo visto como um choramingão, que conversa muito e que nesses quase 8 meses de mandato descumpriu todas as promessas de campanha. Nós não achamos isso bom, pois é importante que o governo saia dessa inércia, para que nós possamos fazer as críticas no sentido de criar uma melhoria nas ações do executivo. Quanto a administração local [do Gama], é uma especie de teatro de ilusões. Em sua maioria absoluta, as pessoas nomeadas na administração não apoiaram Rollemberg. Além disso foram nomeadas mais pessoas da área de comunicação social do que de qualquer outra área, com o objetivo de passar uma ilusão para a sociedade de que a gestão está boa, por isso nosso papel é importante: revelar essa marquetagem politica que foi implantada com a nomeação de contadores de historias.
BA: As vozes conservadoras tem ecoado por todo o Brasil, não podia ser diferente no Gama, como a militância petista tem se posicionado para o enfrentamento aos conservadores da cidade?
MC: O Gama tem uma característica de ter na cidade uma população de esquerda bem atuante, precisamos fazer algumas observações para identificar os críticos da gestão petista, principalmente os que apoiam as constantes manifestações contra nós. Não vejo ainda um conservadorismo em nossa cidade, porém exitem vários tipos de críticos como: os que querem criminalizar o PT, os que votaram no PT e estão momentaneamente insatisfeitos, os que querem o fim da corrupção, não apenas o fim do PT, e os golpistas manipulados; cada uma categoria dessa vai ser analisada e terá sua resposta. No Gama, apesar dos que estão insatisfeitos com o PT, o que é natural da democracia, temos bem poucos golpistas conservadores.
BA: O PT tem ocupado espaços importantes na cidade, como o Fórum Comunitário do Gama, quais outros espaços o partido tem ocupado ou pretende entrar na disputa para ocupar?
MC: O Diretório do PT-Gama entendeu e colocou como principal estratégia, a participação em espaços sociais e comunitários, pois nesses espaços temos um contato direto com a comunidade, com as políticas públicas e com os problemas da cidade e isso é essencial para que possamos compreender e elaborar um planejamento que contemple os mais de 140 mil Habitantes de nossa cidade.
Hoje o PT está presente no Conselho de Cultura, no Conselho de Juventude, no Fórum Comunitário e de Entidades do Gama, na Liga de Futebol Amador, no Conselho de Saúde e temos ainda diversas ONGs/Oscips que estamos participando. Estamos ainda elaborando estratégias e alianças até com outros partidos, para que possamos participar de outros espaços.
BA: Na sua opinião, a raiva contra Dilma é somente pela economia?
MC: A economia é algo que influencia diretamente no humor do brasileiro, mas não provoca raiva e sim reclamações contra o Estado. Esse ódio está sendo pregado por quem perdeu a eleição para presidente da república e não visa derrubar a presidenta Dilma, visa apenas retardar a recuperação do país e como efeito colateral, faz sangrar não apenas a companheira Dilma e o PT e sim todos os brasileiros.
BA: Qual o peso que teve na militância o fato da presidenta não ter vindo a público reconhecer possíveis erros, como o ajuste fiscal, por exemplo?
MC: O PT é um partido livre, os militantes podem questionar a direção e também os representantes eleitos. Se formos observar as manifestações pro-governo, veremos que tem ocorrido diversas críticas. Não podemos achar que o governo está errado em apenas 8 meses, devemos esperar, acreditar e se for o caso criticar também, porém, sabemos que para dar 10 passos para frente, temos que dar 3 passos para trás. Acreditamos na experiência e na capacidade da presidenta Dilma.
BA: Na sua opinião, a batalha do impeachment está longe de ser ganha?
MC: Não existe bem uma batalha a favor do impeachment, até mesmo os que pregam isso não tem isso por objetivo, pois sabem que é impossível a presidenta Dilma se envolver em algo ilegal ou imoral, o objetivo deles é retardar a recuperação do país, sem nem se preocupar que toda a população seja prejudicada com tais ações, em breve esses pregadores do anti-Brasil, serão desmascarados.
BA: Você acha que o partido deve superar aquela fase de "Lulinha paz e amor" e partir pra cima, ser mais aguerrido, ou o momento é de acumulação de forças?
MC: O Lula é um dos maiores líderes que o mundo tem, foi um dos pouco que conseguiu fazer uma revolução sem precisar levantar uma arma, ele conseguiu que o nosso país, que sempre ficou de joelhos para os países ricos, adquirisse respeito e tudo isso de um modo muito pacifico. O Lula nunca tratou mal seus adversários políticos, mesmo sendo perseguido até hoje. Acho que devemos seguir esse exemplo, mesmo nas horas em que tentam nos tirar do sério com criticas pessoais. Devemos manter a cautela, pois somos o maior partido da cidade, com mais de 3 mil filiados e somos uma referência política para muita gente.
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