Foto Agência Brasil |
Morre o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, aos 83 anos, que foi chefe do DOI-Codi do II Exército
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Morreu na madrugada desta quinta-feira (15), o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, aos 83 anos, que foi chefe do DOI-Codi do II Exército. Durante o período em que esteve à frente do órgão de repressão em São Paulo, pelo menos 45 pessoas morreram assassinadas e inúmeras pessoas desapareceram, segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade.
O coronel foi o primeiro militar a ser processado por prática de tortura, durante o período da ditadura militar, que durou de 1964 à 1985 e que levou centenas de pessoas à morte e aos porões das inúmeras prisões no Brasil.
O militar aposentado sempre negou que tivesse torturado qualquer pessoa nesse período, entretanto, os ex-presos políticos César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles, Janaína de Almeida Teles, Edson Luis de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida, acusaram Ustra de torturá-los e tratar os prisioneiros com crueldade.
Na época em que foi processado o coronel disse que "eu nunca torturei ninguém", disse. "Está nos jornais escrito que eu sou acusado de 502 acusações de tortura. (...) "Excessos em toda guerra existem, podem ter existido, mas a prática de tortura como eles falam não ocorreu. Eu efetivamente não cometi excesso contra ninguém".
A Comissão Nacional da Verdade o convocou para depor em 2013 e, em seu depoimento, Ustra disse que se não tivesse combatido as diversas organizações guerrilheiras nos anos 7o, hoje estaríamos vivendo sob uma "ditadura do proletariado".
As principais organizações guerrilheiras da época e que a presidenta Dilma participou, eram a Política Operária, Polop, Comando de Libertação Nacional, Colina, e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, VAR-Palmares.
Ustra foi internado no final de abril no Hospital das Forças Armadas, HFA, com a suspeita de ter sofrido um infarto após ter se sentido mal. O local, dia e o horário do velório e do enterro não foi informado pela família.
Confira o depoimento completo do coronel na Comissão da Verdade:
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