14 de jan. de 2016

Sindicato não paga convênio e prejudica garçom

Sindicato não paga convênio com clínica médica e garçom é obrigado a pagar duas vezes

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

O Sindicato dos Trabalhadores em Bares, Hotéis, Restaurantes e Similares do Distrito Federal, Sechosc/DF, deixou de pagar o convênio com a clínica médica que atende aos seus conveniados e um garçom foi obrigado a pagar a consulta, integralmente, no valor de R$ 120,00, mesmo tendo sido descontado do seu salário a taxa eferente ao serviço, ou seja, pagou pela consulta duas vezes. A informação foi repassada ao Blog do Arretadinho por profissionais amigos da vítima na tarde desta quarta-feira (13).

O mais curioso deste fato é que o garçom tentou marcar a consulta na clínica por telefone mas não obteve sucesso. O funcionário entrou em contato, também por telefone, com um dos diretores do sindicato que garantiu a ele que a consulta estava marcada.

Chegando ao local o garçom foi informado pela funcionária da clínica que o sindicato não havia pago o convênio que mantinha com a clínica e, por isso, se quisesse ser atendido teria que pagar o valor integral da consulta, sem ter direito ao desconto devido.

Fatos como este vem causando indignação aos profissionais dessa área de serviço, que deveriam ter na sua entidade sindical, um instrumento de defesa da classe trabalhadora que representa. Não é difícil encontrar garçons, cozinheiros e outros profissionais da área, que consideram o seu sindicato como uma filial do sindicato patronal, visto que o Sechosc/DF não faz a defesa da categoria.

Segundo informações de profissionais que preferem não se identificar por motivos que reproduzirei mais adiante, o sindicato da categoria cobra de cada profissional sindicalizado uma mensalidade de R$ 42,00, além da contribuição sindical e uma taxa assistencial, ambas anualmente, referente a um dia de trabalho de cada profissional sindicalizado.

Ainda segundo esses profissionais que preferem não se identificar, há uma estimativa que o mercado emprega hoje cerca de 150 mil profissionais em todo o Distrito Federal e, destes, cerca de 10% são sindicalizados.

Com base nesses dados e levando em consideração que a média salarial (sem levar em consideração os 10% de taxa de serviço pagos pelo cliente) dessa categoria é de pouco mais de R$ 900,00, presume-se que a arrecadação da entidade é de cerca de R$ 6 milhões por mês, além das duas arrecadações anuais que presume-se somar o montante de mais de R$ 1 milhão,  para que a entidade preste um péssimo serviço aos trabalhadores, segundo os profissionais ouvidos.

O principal motivo de os profissionais preferirem não se identificar em entrevistas à imprensa, é que existe a suspeita, entre eles, que o sindicato da categoria denuncia os insatisfeitos com a entidade ao sindicato patronal que passam a sofrer retaliações na empresa.

Não é de hoje que a categoria sente-se insatisfeita com o seu sindicato. Um exemplo disso é o fato de que o reajuste da categoria na data base, há décadas, oscila entre 7% e 8,5% acima do salário mínimo nacional.

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