15 de jun. de 2016

Evaldo Braga, o 1º ídolo negro do pop moderno

Na década de 70 surge o primeiro ídolo negro no Brasil no gênero musical conhecido como pop moderno

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Evaldo Braga nasceu em 1948 na cidade de Campos dos Goytacazes, no RJ. Menino pobre, não conheceu os pais e, quando não estava nas ruas, viva sob a tutela do Estado no antigo Serviço de Assistência a Menores, SAM, o equivalente hoje a Fundação Casa.

Sua mãe, uma prostituta na cidade de Campos, o abandonou em uma lata de lixo após o seu nascimento, fato que o inspirou na composição de muitas de suas músicas.

Enquanto esteve internado no SAM, Evaldo participava de uma espécie de disputa com o seu melhor amigo de internato. Evaldo dizia ao amigo que seria um cantor muito famoso, enquanto o amigo dizia que seria mais famoso que ele, porque seria um jogador de futebol. Ambos conseguiram alcançar a fama, Evaldo na música e o amigo como jogador de futebol, conhecido internacionalmente como Dario Peito de Aço.

Sem formação acadêmica, o cantor ganhava a vida como engraxate nas portas das rádios e das gravadoras, porque alimentava o sonho de tornar-se um cantor famoso. Esta atividade de trabalho levou Evaldo a conhecer muitas pessoas influentes da música, até que recebeu de Edson Wander a primeira oportunidade, como compositor.

A música Areia no meu Caminho foi composta em parceria com Reginaldo José Ulisses e gravada por Wander em seu primeiro disco, "Canto ao Canto de Edson Wander", em 1968. A música estourou nas paradas de sucesso e superou cantores consagrados como Roberto Carlos.

Em 1969 Evaldo consagrou-se por apresentar-se em programas de TV como a Discoteca do Chacrinha, que o projetou para todo o país.

Mesmo obtendo um sucesso meteórico, o músico sentia-se inseguro com as críticas e dizia frequentemente aos amigos que "olha aqui. O cara diz que não canto nada, né? Manda ele ver quantos discos eu estou vendendo. Diz pra ele." Chegou a afirmar em um jornal que "não faço música para a elite. Gravo para os que moram na Zona Norte, que entende as minhas músicas.".

Evaldo fazia questão de não esquecer as suas origens e o sofrimento de toda espécie que enfrentou na infância e na juventude, tudo muito bem registrado na maioria de suas canções. O cantor costumava dizer que "as minhas músicas estão inspiradas, quase todas, nesse tempo de luta e de sofrimento Elas espelham exatamente o que passei, que é, na verdade, o que muitos passam. Isso explica porque meus discos vendem".

Supersticioso, Evaldo Braga não se parava de uma espécie de amuleto que carregava enrolado em sua mão direita, mas no dia 31 de janeiro de 1973, o cantor não estava com seu amuleto, que teria sido arrancado por uma fã e ao chegar próximo a cidade de três Rios no RJ, na antiga BR-3 (Rio-Juiz de Fora), ao forçar uma ultrapassagem, o seu motorista perdeu o controle do carro causando um acidente que levou à morte o cantor aos 25 anos de idade.

Os seus maiores sucessos foram "Eu Não Sou Lixo", "Nunca Mais", "A Cruz que Carrego", "Mentira", "Sorria, Sorria", entre outros.


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