22 de jun. de 2016

Putin: "Os russos não gradam rancor"

Em fórum internacional o presidente da Rússia diz que "os russos não guardam rancor"
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

O presidente da Rússia, Vladmir Putin, participou na última sexta-feira (17) do St. Petersburg International Economic Forum, Fórum Econômico Internacional de S. Petersburgo, onde tratou dos mais diversos temas, entre eles, as relações da Rússia com a União Europeia e e com os EUA.  

Perguntado sobre o que pensava dos candidatos a presidente dos EUA, Putin disse que "EUA são um grande estado (...) Aceitamos isso e queremos trabalhar com os EUA e estamos prontos para isso", acrescentando que não importa quem seja eleito, mas a disposição de fortalecer a política externa com a Rússia.

Referindo-se ao candidato Donald Trump, disse que pode ser preferível, aos olhos de Moscou. "O Sr. Trump disse que está pronto a restaurar o pleno formato das relações Rússia-EUA. Para nós, é ideia bem-vinda, disse Putin. Acrescentando que  "precisamos daquela superpotência. Mas não precisamos dela sempre a interferir nos nossos assuntos, sempre a dizer como devemos viver, intrometendo-se nas ações dos europeus para construir relações conosco" - disse o presidente russo. 

Sobre a União Européia
Apesar das inúmeras dificuldades, a a União Européia continua sendo um parceiro econômico importante para a Rússia e para Putin "a União Europeia é nosso vizinho mais próximo, e seja lá o que aconteça aos nossos vizinhos, sempre nos preocupará". 

O presidente russo destacou que representantes de alguns círculos comerciais europeus, inclusive franceses e alemães, já manifestaram disposição para cooperar com Moscou, sugerindo que agora é a vez de os políticos "mostrarem sabedoria, capacidade para ver longe e flexibilidade." 

"Nossas reuniões recentes com representantes de círculos comerciais e empresariais alemães e franceses já provaram que o business europeu está querendo e está pronto para cooperar com nosso país. Os políticos têm de encontrar-se com os empresários num ponto qualquer no meio do caminho, e mostrar sabedoria, capacidade para ver longe e flexibilidade. Temos de reconquistar a confiança nas relações russo-europeias, e restaurar o nível de interação" - disse Putin.

Sobre a Ucrânia
"O golpe na Ucrânia foi necessário para dar substância à OTAN"

A situação na Ucrânia, por outro lado, é bom exemplo de como não de deve fazer as coisas na arena internacional. "Depois da 'Primavera Árabe', [os EUA] esgueiraram-se para mais perto de nossas fronteiras. Por que precisaram apoiar um golpe na Ucrânia?" - perguntou Putin. - "É muito provável que a oposição que está hoje no poder chegasse até lá em eleições democráticas, e estaríamos trabalhando com eles, exatamente como trabalhamos com os que estavam no poder antes do presidente Yanukovich." "Mas não" - Putin continuou, - "tinham de arrastar aquela situação para um golpe sangrento, com vítimas, para causar uma guerra civil."

Putin disse que o curso dos eventos "apavorou" a população falante de russo no sudeste do país e na Crimeia, o que obrigou a Rússia a tomar medidas "para proteger aquelas pessoas".

Mas a OTAN "precisa ter um inimigo estrangeiro, ou desaparece a própria razão de existir de uma organização daquele tipo. A guerra foi imposta à Ucrânia, "para justificar e dar substância à própria existência da aliança do Atlântico Norte", - concluiu o presidente russo. 

com informações de Pravda.ru

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