Denúncias de estupro crescem 77,4% no Distrito Federal
O Distrito Federal volta a assustar as mulheres com a recente notícia, divulgada na última semana pela Secretaria de Segurança Pública do DF de aumento do número de estupros na Capital Federal. O número de ocorrências cresceu 77,4%, subindo de 53 em maio de 2016 para 94 em maio deste ano.
Os dados também indicam que a maioria das vítimas é de adolescentes, meninos e meninas, entre 12 a 15 anos. Mesmo havendo a presença de vítimas crianças do sexo masculino, são as do sexo feminino as que mais sofrem com a violência sexual. Outro dado divulgado é que cerca de 2/3 dos casos acontecem dentro de casa e com pessoas da relação familiar da vítima.
Acolhimento encoraja vítimas a denunciar
A estrutura de apoio às mulheres pode ser apontada como um dos fatores que fizeram com que o DF passasse a liderar o ranking de denúncias. É uma herança importante do período que o Governo do Distrito Federal priorizou os equipamentos de proteção à mulher, criando uma Secretaria da Mulher e uma série de instrumentos que deram a mulher a segurança de efetuar a denúncia com a expectativa de que haja a interrupção do ciclo de violência.
Apesar da descontinuidade da política de proteção às mulheres, já que o governo de Rodrigo Rollemberg interrompeu este ciclo e acabou com a secretaria especializada, para juntar diversos órgãos governamentais na Secretaria Adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, a gestão que teve à frente a ex-secretária da mulher, Olgamir Amancia Ferreira, deixou o legado de esclarecimento, conscientização de que a denúncia é o primeiro e o principal passo para barrar o ciclo da violência.
Denúncia é o primeiro passo para interromper o ciclo de violência
“Já que as mulheres não podem ficar na esperança de que o homem vá mudar – mas com a esperança do acolhimento adequado, a mulher se sente fortalecida e encorajada a fazer a denúncia”, afirma Olgamir Amancia. Em sua gestão, a extinta secretaria deixou um aparato de ferramentas sociais e de visibilidade ao tema da violência de gênero que ajudou a construir uma consciência de que é necessário tirar o assunto debaixo do tapete e denunciar os crimes contra as mulheres.
A presidenta do Fórum de Mulheres do Mercosul no Brasil e ex-Ministra da Mulher do Governo Federal, Emília Fernandes, também reforça a importância da denúncia para romper com a impunidade. “A violência se manifesta de muitas formas. Combater o estupro, a violência doméstica, o assédio sexual e no trabalho é necessário e urgente. A impunidade não pode vencer. O silêncio e a indiferença são formas de violência também”, afirma Emília Fernandes.
De Brasília, Sônia Corrêa – Portal CTB
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