Esqueça sexo e beijo na boca. É incrível como é possível fazer essas duas coisas sem qualquer intimidade. Passar algumas horas pelados, beijando e transando não é o mesmo que tornar-se íntimo de alguém.
A intimidade, para começar, nem é algo físico. Pode até se expressar fisicamente, mas nunca começa por aí. A intimidade mora na alma, na troca de olhares, no silêncio das conversas que dispensam palavras.
Acontece no encontro do que há de mais profundo em mim com o que há de mais profundo em você. E isso, muitas vezes, acontece sem sexo. Meu melhor amigo e eu nunca transamos, entretanto, nossas almas caminham de mãos dadas.
Intimidade é o espaço onde posso existir como sou, com minhas imperfeições, virtudes, posições, pensamentos e vícios. Intimidade é onde posso existir na medida em que o outro me abriga.
É poder dizer ao outro aquilo que calo para os demais. De todas as intimidades possíveis entre duas pessoas, nenhuma é mais profunda do que a sinceridade.
Intimidade é poder dizer a verdade. Não a verdade absoluta, porque ela não existe, mas poder dizer as minhas verdades. É ter a leveza de um lugar seguro, distante dos juízes que estão sempre prontos para me julgar.
Intimidade é raiz que alcança o mais profundo da terra, firmando o relacionamento em solo estável, preparado para enfrentar os vendavais. É lugar onde as mentiras não precisam de justificativas e as verdades não precisam de defesa.
E isso não acontece do dia para a noite. Intimidade é construção que demanda tempo e investimento. Por isso há cada vez menos pessoas íntimas: porque a velocidade e superficialidade de tudo colocaram os relacionamentos profundos em extinção. Tudo é líquido.
A tragédia é que, sem intimidade, somos escravos da aparência, para agradar outros que também não passam de escravos. A vida sem intimidade é vazia, oca, ilhada – o tipo mais popular do momento.
fonte zackmagiezi
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