De onde vem o nome Olinda? Essa resposta parece ser fácil de acertar, já que a narrativa mais conhecida e “oficial” conta que o donatário Duarte Coelho, recém-chegado em nossas terras e procurando um pico para se instalar do alto de uma colina, teria se encantado com a vista e proferido a célebre frase: “Oh! Linda situação para se construir uma vila!”.
A contradição dos detalhes sobre a verdadeira origem do nome já começa daí. Segundo Frei Vicente do Salvador na obra História do Brasil (1627), a famosa sentença não foi dita pelo donatário, e sim por “um galego criado de Duarte Coelho, porque cuidando com outros por entre o mato buscando o sítio onde se edificasse a vila”, achou um monte alto e exclamou de alegria.
Pelo menos outras três lendas são contadas para temperar ainda mais essa imprecisão histórica. Uma delas versa sobre a história de amor platônico de Duarte Coelho com uma bela indígena caeté chamada Iangaí. Segundo relatos, após uma batalha a mulher caiu em poder dos brancos junto com outros membros da tribo.
Mesmo aprisionada, Iangaí, corajosa, parecia rir da cara do perigo. Duarte Coelho, vítima de uma flechada e recolhido é apresentado a todos os prisioneiros. Ao ver Iangaí, “radiosa de revolta e envolvida pelo frescor de sadia juventude”, exclama fascinado: “Ó linda!”.
Absorto com tamanha beleza, o donatário por amor teria salvado a pele de Iangaí do sacrifício. Mesmo assim ela o despreza e tempos depois, fugida, é encontrada morta envolvida em folhas de timbó. Teria se suicidado. A cidade então construída tempos depois teria sido batizada de Olinda em lembrança a Iangaí.
Outras histórias
O historiador Francisco Adolfo de Varnhagen considerava pífia qualquer versão se não fosse aquela que defende a origem do nome Olinda sendo derivada de alguma localidade de Portugal. Segundo o próprio, Linda-a-Velha e Linda-a-Pastora são dois lugares que possivelmente inspiraram o nome da cidade pernambucana.
Por fim, o mesmo Varnhagem considera a hipótese de que “Olinda era nome de uma das belas damas da novela Amadis de Gaula“, romance de cavalaria best-seller na elite europeia do século XVI, apreciado por Duarte Coelho, e escrito em 1508 possivelmente por Vasco de Lobeira.
A versão Olinda-mulher também é considerada por Gilberto Freyre.”Se o nome de Olinda tiver sido expressão de lirismo não de um galego qualquer vagando entre os cajueiros da praia, mas do próprio patriarca da colonização portuguesa desta parte da América, o qual tendo lido a novela famosa se apaixonara pela figura e pelo nome da heroína? Olinda talvez seja isso um nome de mulher”.
fonte poraqui
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