12 de out. de 2018

As lâminas do nazismo já estão cortando a carne de brasileiros.

Sua truculência e autoritarismo já estão fazendo vitimas por todo o país, mas, uma boa parte de nós, achamos que tudo está normal e que agressões, perseguições e mortes por patrulhamento ideológico são desconexas das palavras e posturas que têm incitado esse clima de de ódio,

Estamos brincando com algo que não conhecemos, sobretudo os mais novos que mal conhecem a ditadura pelos livros, quanto mais por sentirem as dores de seus efeitos completamente nocivos.

Sei que chegamos num ponto em que a capacidade crítica coletiva foi devorada, quase que por completo, pelo senso comum, e este é resultado de um processo de construção que já dura alguns anos.

O senso comum que menciono é tão preocupante que faz com os trabalhadores ouçam do principal candidato a presidência e seu vice que o seus direitos são jabuticabas (que só existem no Brasil) e que devem ser exterminados para que se tenha emprego.

Servidores públicos ouvem declarações de que são o grande problema do Brasil, atacam sua estabilidade, seu salário e até a sua necessidade.

Mulheres comemoram as barbaridades que ele prega contra o feminismo.

Professores não dão bola quando ouvem a família do presidenciável dizer que não deve haver educação pública, mas que o governo deve dar um bolsinha escola para que o cidadão entregue nas mãos de um empresário da área de educação.

Esse é o nosso senso comum que aceita uma pessoa dizer que a ditadura deveria ter matado pelo menos uns 30 mil e que ele vai começar limpado tudo o que ela não conseguiu fazer.

Diante da gravidade do que vem acontecendo e diante desse senso comum, controlado por sei lá quem, há que se tentar, mesmo sem chances de sucesso, alertar toda a sociedade.

Não se trata mais de um processo eleitoral comum, onde alguns segmentos podem se preocupar com o resultado eleitoral do ponto de vista de alterações econômicas, mas se trata de um risco real de afundarem nossas cabeças na escuridão das águas totalitárias.

Todos nós reconhecemos a importância da internet, mas é preciso que retomemos a consciência de que ela nos insere numa grande bolha onde nossa tela é o nosso mundo, é a nossa verdade... dessa perspectiva, temos milhões de verdades paralelas convivendo entre si, dificultando a nossa compreensão do que é fato ou do que é fake.

Não estou fazendo proselitismo político, estou apenas desabafando o quanto estou assustado com tudo e chamando os colegas à reflexão.

por José Luiz Castro

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