Da Revista Fórum
A jornalista Míriam Leitão chamou, através de sua conta do Twitter, na noite desta terça-feira (26), o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner de “sanguinário” e também que “tinha uma polícia política das mais violentas e era chefe de um governo corrupto”.
“O ditador Stroessner foi sanguinário, tinha uma polícia política das mais violentas e era chefe de um governo corrupto. Ficou 35 anos no poder no Paraguai. Essa é a verdade sobre ele. O presidente Bolsonaro o admira, como disse hoje.”
O ditador Stroessner foi sanguinário, tinha uma polícia política das mais violentas e era chefe de um governo corrupto. Ficou 35 anos no poder no Paraguai. Essa é a verdade sobre ele. O presidente Bolsonaro o admira, como disse hoje.— Míriam Leitao.com (@MiriamLeitaoCom) 27 de fevereiro de 2019
A manifestação veio logo após Bolsonaro chamar Stroessner de “estadista”, em evento de posse do general Joaquim Silva e Luna na presidência da usina de Itaipu, nesta terça-feira.
“Isso tudo não seria suficiente se não tivesse, do lado de cá [paraguaio], um homem de visão, um estadista, que sabia perfeitamente que seu país, o Paraguai, só poderia prosseguir, progredir, se tivesse energia. Aqui também a minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner”, declarou, sob palmas da plateia.
Quem foi Stroessner
General do Exército, Stroessner tomou o poder através de um golpe de estado no Paraguai em 1954 e ficou até 1989.
O regime de Stroessner, marcadamente anticomunista e pró-EUA, fez com que o Paraguai se tornasse um terreno fértil para a corrupção e a repartição de favores. Ao todo, governou por oito legislaturas, em processos marcados pela fraude. Em 1967, Stroessner fez uma constituição que permitia apenas uma reeleição para presidente, que foi modificada em 1977 para permitir sua reeleição indefinidamente.
Stroessner, filho de um imigrante alemão, também foi conivente com refugiados nazistas. Eduard Roschmann, conhecido como o açougueiro de Riga, responsável pela morte de 30 mil judeus na Letônia, e Josef Mengele, médico nazista, receberam acolhida e cidadania do general.
Ao todo, estima-se que entre 3 e 4 mil pessoas tenham sido assassinadas em seu governo por conta da perseguição política, marcada pelo emprego da tortura, sequestro e assassinatos políticos. O número de presos por motivos de perseguição política passa de 150 mil. De acordo com relatório de 2008 da Comissão de Verdade e Justiça paraguaia foram 18.772 torturados e 3.470 exilados. Além disso, segundo Coordenadora de Direitos Humanos do Paraguai (Codehupy), 236 crianças e adolescentes foram presas, 17 nasceram na prisão e houve 459 desaparecidos.
Com informações do Brasil de Fato
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