Para o deputado federal, os 50 primeiro dias do presidente no poder representam um ‘não-governo’
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) completa 50 dias nesta terça-feira 19 marcado menos (muito menos) por feitos e mais (muito mais) por desajustes e crises. Para o deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL-RJ, estamos diante de “um não-projeto, uma não-política”.
Freixo, que conviveu com a família Bolsonaro em seus mandatos (Jair em Brasília e Flávio no Rio de Janeiro) relembra que o presidente nunca foi um sujeito de expressividade na Câmara dos Deputados. “Quem conhecia o Bolsonaro sabia que ele não representava nada”, diz o deputado. Ele relembra de quando Jair concorreu à Presidência da Congresso, em 2017, e ficou em último lugar, com apenas quatro votos.
Ainda que as crises recentes tenham colocado o governo na parede, especialmente a que envolve o agora ex-secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, um tópico orgulhoso entrou nos mais comentados do Twitter nesta segunda-feira 18: #EuVoteiNoBolsonaro.
Freixo atribui este movimento ao fanatismo pelo presidente. Para ele, apesar de Bolsonaro ter tido “uma vitória caracterizada por ser anti-sistêmica, enquanto ele é a representação do sistema político vigente”, está se dissipando – pelo menos no Rio de Janeiro – o entusiasmo pelo capitão. “Não tem mais a defesa com agressividade”, avalia. Onde existiam gritos e urros, diz o deputado, agora “há uma timidez”.
Sobre Bebianno, Freixo é absolutamente sucinto: “Não deveria ser descartado com facilidade”. O escolhido para ocupar o cargo de secretário-geral da Presidência foi o general Floriano Peixoto, que passa a ser o oitavo militar na linha de frente do bolsonarismo. Uma clara estratégia para representar uma falsa imagem de seriedade em torno do governo.
Barbaridades
Freixo crê também que a escolha de ministros “que falam barbaridades” tem como propósito tirar o foco da população das pautas que seriam, de fato, importante. O Congresso Nacional, na visão do psolista, terá mais importância ainda durante os próximos quatro anos. E avalia que Rodrigo Maia desempenhará um papel nos debates maior até que o do próprio presidente. Ou, como diria o Barão de Itararé: de onde menos se espera, daí é que não sai nada.
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