O “Ocidente” está em perigo: corre o risco de ver seu perfil “branco” e “cristão” se dissolver em meio à onda migratória. E a solução é incentivar as famílias (leia-se: a união entre homem e mulher) a resgatar os “valores tradicionais”, respeitar as “leis de Deus” e gerar mais filhos, três ou quatro, pelo menos. É isso o que Damares Alves e outros líderes mundiais foram pregar na ONU, no início de setembro.
O jornalista Jamil Chade revelou no UOL deste sábado (21) o resulto de mais de 30 intervenções que ele assistiu durante a Cúpula da Demografia da ONU. Foi lá que a ministra das Mulheres, Família e Direitos Humanos de Bolsonaro convocou uma aliança internacional para “resgatar os valores tradicionais” e tratar homossexuais, feministas e imigrantes como “ameaças” à família branca e cristã.
Segundo Chade, o “mantra” da Cúpula era “sem famílias não há nação nem identidade”, e um dos palestrantes dos dois dias de Cúpula chegou a questionar se a mulher deve ter o direito de definir quantos filhos uma família vai ter.
Outro defendeu que a mídia deve ser usada como veículo propagador do modelo ideal de família: homem, mulher, filhos. Não importa se isso será considerado “politicamente incorreto”.
Viktor Orbán, o líder ultraconservador da Hungria, defendeu expressamente que a Europa precisa gerar mais europeus no futuro, caso contrário haverá misturas e os “europeus serão substituídos por outros.” Ele defendeu mudar constituições para definir que família é homem e mulher, e proibir que cortes judiciais tomem decisões em sentido contrário.
Da parte dos Estados Unidos, os representantes criticaram resoluções de saúde da ONU que defendem os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, bem como educação sexual. Há países que culpam isso pela redução das famílias. A revolução sexual e o empoderamento das mulheres “enfraqueceu” a instituição casamento e comprometeu a geração de europeus para fazer frente à chegada dos imigrantes.
De acordo com Chade, ao final do evento, Damares afirmou que o Brasil sob Bolsonaro está disposto a liderar um bloco “pró-família” para tirar todos os planos conservadores do papel.
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fonte Câmara em Pauta
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