12 de out. de 2020

A solução é bater na professora?!

 


No Brasil, são muitos a educar uma criança, não apenas a família, a quem cabe a função. 

Até porque, nem todos têm família e muitas vezes essa é péssimo exemplo. Mas nem todos pais e mães aceitam nem querem.

Lidei com mães que são contra greve de professores porque, com a escola fechada, tinham que ficar em casa com os filhos  adolescentes descontrolados.

Trabalho com professoras há mais de 30 anos e vi casos como o de uma ser quase surrada dentro da escola pela mãe da garota insuportável que foi repreendida e posta de castigo.

O país decaiu tanto em valores gerais que professores são ameaçados, agredidos e assassinados até dentro de sala por quererem educar crianças e jovens de famílias violentas. Mães chegam a formar grupos para esperar a professora na saída e agredi-la!

Quantas professoras conheço, pessoalmente, que abandonaram o magistério a partir dos anos 90, quando explodiu o desprezo de pais e filhos pelos professores, a quem chamam de "meus empregados", em vez de meus educadores?

É a escola que vai mudar isso?! Como, se são esses mesmos pais e mães que elegem como presidente, governador e prefeito criaturas abjetas, violentas, defensoras de execuções, torturas e grosserias nas quais se veem representados?!

Por outro lado, quem busca e aceita ser educado, orientado, repreendido e até punido (sem humilhações, é óbvio) como correção de rumo, ganha muito mais do que os que rejeitam a participação dos professores e de outros adultos de fora da família.

Mas é fato que começou na escola a inversão total dos valores que hoje apodrecem o país. E começou com os ditadores militares de 64 perseguindo educadores e interferindo para pior nos currículos escolares.

Exatamente como Bolsonaro, um rebotalho daquela época, faz agora com professores, escolas, universidades e tudo em que puder piorar. 

Qual a solução para isso tudo?!!!

Bater na professora? 

Paulo de Carvalho

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