31 de mar. de 2014

Eu não vou cumprimentar ninguém

Por que estou com raiva.

Então vamos direto ao ponto.
Eu sou o DIRAI. O Direitista Raivoso.

Eu tenho raiva. Eu vivo da raiva. Eu morro de raiva.

Eu sou a raiva.

Odeio pobre.

Odeio negros.

Odeio cotas.

Odeio gays.

Odeio nordestinos.

Odeio comunistas.

Odeio petralhas.

Odeio esquerdopatas.

Odeio black blocs.

Odeio Cuba e Venezuela.

Odeio mais ainda o Brasil e os brasileiros.

Odeio o lulismo, o lulopetismo, o lulodilmismo, o bolivarianismo e o chavismo.

Odeio o socialismo.

Odeio ciclistas, ativistas, feministas.

Odeio o Bolsa Família, o Mais Médicos e todas as esmolas governamentais.

Odeio essencialmente tudo.

Amo algumas coisas, no intervalo de minhas sessões de ódio.

Amo a internet, porque me permite ir a sites e xingar, incógnito, as pessoas sem consequência nenhuma.
Amo trollar no G1 e no uol.

Amo a palavra mensaleiros.

Amo o Mainardi pai e o Mainardi filho.

Amo a Scheherazade, o Reinaldo de Azevedo, o Rodrigo Constantino, e comento sempre nos blogs dos dois últimos.

Amo o Lobão, amo o Gentilli, amo o Roger do Ultrage.

Amo, ainda mais, o Olavo de Carvalho, o pai de todos estes aí em cima, e carrego seu último livro como um mórmon carrega sua bíblia.

Amo a Veja.

Amo os militares, que trouxeram ordem e progresso ao Brasil quando o comunismo ateu rondava perigosamente o país.

Amo a tradição.

Amo justiceiros e justiçamentos.

Amo os cânceres que mataram o Chávez e quase mataram o Lula e a Dilma, e tenho a esperança de que no caso destes dois últimos o serviço ainda se complete.

Amo – acima de tudo – o ódio, o ódio, o ódio.

de Paulo Nogueira - jornalista, fundador e diretor do Diário do Centro do Mundo

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