20 de jul. de 2015

Bandeira cubana é hasteada em Washington após 54 anos

Bandeira de Cuba é hasteada no Departamento de Estado
Agência Lusa/EPA/Andrew Harnik/Direitos Reservados
A bandeira cubana foi hasteada nesta segunda-feira (20) em frente ao Departamento de Estado norte-americano, em Washington, em um gesto histórico que marca a retomada dos laços diplomáticos entre Cuba e Estados Unidos e a reabertura das embaixadas nas duas capitais, após 54 anos.

A bandeira de Cuba juntou-se às outras hasteadas na entrada do Departamento de Estado, na capital norte-americana. O restabelecimento oficial das relações diplomáticas entre os dois países, após mais de meio século de tensões herdadas da Guerra Fria, marca o fim da primeira fase desse processo, iniciado em 17 de dezembro do ano passado. Entretanto, o presidente cubano, Raúl Castro, insiste em que as relações bilaterais só serão normalizadas quando o presidente norte-americano, Barack Obama, adotar medidas para pôr fim ao embargo imposto à ilha em 1962.

No final de maio, Washington levantou o principal obstáculo ao reatamento de relações diplomáticas ao retirar Cuba da lista norte-americana de países que apoiam o terrorismo.

O chefe de Estado cubano exige também que os Estados Unidos devolvam o território “ilegalmente ocupado” da Base Naval de Guantánamo.

Outra exigência de Havana para a normalização das relações com Washington é o fim das “transmissões de rádio e televisão ilegais”, a eliminação de programas para promover a “subversão e a desestabilização internas” e compensação do país “pelos danos humanos e econômicos” que as políticas norte-americanas causaram.

“Podemos cooperar e coexistir civilizadamente, em benefício mútuo, acima das diferenças que temos e teremos e, com isso, contribuir para a paz, a segurança, a estabilidade, o desenvolvimento e a equidade no nosso continente e no mundo”, afirmou Castro em discurso na Assembleia Nacional de Cuba.

As relações diplomáticas entre os dois países estavam suspensas desde 1961, após uma decisão do então presidente norte-americano Dwight Eisenhower, na sequência de uma aproximação dos revolucionários castristas com a União Soviética e do confisco dos bens norte-americanos na ilha caribenha.

Desde 1977, os dois países, separados pelo Estreito da Flórida (Sudeste dos Estados Unidos), estavam representados apenas por meio de seções de Interesses em Washington e Havana, encarregadas de tarefas consulares.

Da Agência Lusa

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