21 de jan. de 2016

Mãe Baiana pede mais tolerância religiosa

Foto Joaquim Dantas
Foto Joaquim Dantas
Líder de religiões de matriz africana pede mais tolerância religiosa em 2016 (VÍDEO)
Comemora-se nesta quinta-feira (21) o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Garantida pela Constituição Federal de 1988, a laicidade do Estado brasileiro, porém, não impede que todas as religiões sejam aceitas igualmente, sem distinção e preconceito. Por isso, em 2016, o que mais se pede é maior tolerância entre os diferentes credos.

Hoje é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e o Brasil, infelizmente, amarga números negativos. Até o...
Publicado por Ministério da Cultura em Quinta, 21 de janeiro de 2016

“O ódio é o ódio. Eu não sou obrigada a seguir a religião que não é a minha. Ponto final. Nós somos um povo que não atacamos o católico, não atacamos o evangélico, não atacamos o budista. Pelo contrário”, afirma Mãe Baiana, coordenadora das Comunidades de Matriz Africana da Fundação Cultural Palmares, no Distrito Federal.

De intolerância religiosa ela entende. Um terreiro de candomblé no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá (DF), foi incendiado em novembro do ano passado. Foi o quinto ataque registrado no Distrito Federal nos últimos anos, sendo o terceiro com o uso do fogo.

As religiões de matriz africana lideram a lista de denúncias por intolerância religiosa, de acordo com dados do Disque 100, telefone de denúncias do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, Juventude e dos Direitos Humanos. Até o primeiro semestre de 2015 foram 581 denúncias, com maior preponderância de ataques no DF, Rio de Janeiro e Paraíba.

Só no Rio, dados do Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos (Ceplir) apontam que 948 queixas de intolerância religiosa foram feitas, entre julho de 2012 e dezembro de 2014. Destas, 71% diziam respeito a ataques contra religiões afro-brasileiras.

“Nós somos aqueles religiosos que ninguém nunca ouve falar que a gente foi na porta de uma igreja jogar arruda, jogar sal grosso. Nunca o povo ouviu dizer que alguém de terreiro de umbanda ou candomblé saiu da sua casa para ir atacar alguém na porta da sua igreja. Não fazemos isso porque entendemos que cada um segue aquilo que quer”, avalia Mãe Baiana.

Ainda de acordo com ela, para vencer o preconceito e a violência é preciso lutar, como sempre. “Que Oxalá cubra os terreiros e que essas pessoas que têm a mente ruim, que elas coloquem a cabeça no travesseiro e prestem bem a atenção, se é certo o que estão fazendo”, completa.

Fonte brasilpost.com.br

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