Por Felipe Bianchi, no Centro de Estudos Barão de Itararé:
Carina Vitral, da Une: 'Contra o golpe só há uma saída: rua, rua e rua'. Foto: Felipe Bianchi/Barão de Itararé |
Mais de 350 pessoas participaram do ato em defesa da liberdade de expressão e da democracia, ocorrido nesta segunda-feira (7), no Sindicato dos Jornalistas, em São Paulo.
Além de rechaçar a aliança golpista entre mídia e judiciário, a atividade também denunciou a tentativa de Rede Globo de censurar blogueiros e mídias alternativas que investigam o triplex ilegal da família Marinho em Paraty, via notificações extrajudiciais.
O ato contou com falas de inúmeros líderes políticos e dos movimentos sociais, como os senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ); a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ); o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS); o presidente do Centro de Estudos Barão de Itararé, Altamiro Borges; a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral; a coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti; entre outros.
Jornalistas perseguidos pelos Marinho, como Fernando Brito (Tijolaço), Paulo Salvador (Rede Brasil Atual) e Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), também relataram suas experiências - este último acusado de vazar provas ao publicar texto em que denunciava a posse de documentos por parte de toda a imprensa paulista que, como feriam seus interesses, não os divulgaram. Rodrigo Vianna explica:
Eduardo Guimarães, um blogueiro tratado pela Globo como parceiro de Lula, como se isso fosse em si suspeito (a Veja pode ser parceira de Aécio? e a Globo pode ser parceira do golpe?), teria cometido o “crime” de vazar dados sobre a Operação.
Ora, o que Eduardo Guimarães fez foi denunciar a existência de uma operação da PF para atacar Lula. E mais grave: segundo a fonte que ofereceu a informação ao blogueiro, essa operação seria de conhecimento prévio dos grupos de mídia ligados ao PSDB. Eduardo teve a informação, e publicou –clique aqui para saber mais.
Pelo fato de os parlamentares gozarem de imunidade nesse campo, Paulo Pimenta colocou o mandato à disposição para que blogueiros e jornalistas da mídia alternativa assinem matérias sem correr o risco de serem criminalizados injustamente, como é o caso de Eduardo Guimarães.
Os presentes foram unânimes em eleger a Rede Globo o núcleo do golpe em curso no Brasil. "Aécio Neves, Gilmar Mendes, Sergio Moro... Esqueçam. Nosso real inimigo é a Globo", disparou Paulo Pimenta. "A luta contra as ilegalidades da Operação Lava Jato e contra o golpe não é do PT, do PCdoB ou de algum partido específico, mas de todos os brasileiros que defendem a democracia".
A luta pela democratização da comunicação também foi lembrada por Jandira Feghali. "Demoramos para entrar nessa batalha", opina. "O país não pode ficar à mercê de um 'juizinho' de primeira instância'. Eles podem ter a mídia e o capital financeiro, mas garanto: eles não têm nossa coragem".
Ainda sobre a Operação Lava-Jato, a parlamentar é incisiva: "Fernando Henrique Cardoso teve o governo mais corrupto da história da República, mas segue sem ser investigado. A preocupação não é com a corrupção. A preocupação é política", sublinha. "Não atacam FHC porque sabem que FHC defende o mesmo projeto que eles. Ele sabem que, para nos deter, terão de atacar a democracia".
O espetáculo do sequestro criminoso do ex-presidente Lula na sexta-feira (4) e a ofensiva da Globo contra os blogueiros e ativisitas digitais são algumas das armas desse ataque, de acordo com os presentes. Os textos de colunistas das Organizações Globo praticamente conclamando setores militares a defenderem o país das 'milícias petistas' também fazem parte do arsenal golpista.
Abaixo, compilamos fotos, vídeos e tuítes sobre a noite de luta contra a Globo e o golpe em São Paulo. Você também pode ler o que Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada) e a Revista Fórum escreveram sobre o ato.
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