Foto Joaquim Dantas |
É inegável que a eleição de Rodrigo Rollemberg em 2014 gerou em grande parte da população do Distrito Federal uma enorme expectativa a partir das promessas de uma nova política, uma experiência que fugisse da polarização vivida no DF há muitos anos.
Nas eleições de 2010 a grande votação do Toninho do PSOL já indicava a força de uma candidatura que fugisse desta lógica. Porém, a cada dia que passa aumenta a percepção que o governo eleito não vai entregar o que prometeu.
No quadro atual, o grande receio é que o desempenho pífio pavimente a eleição de um governo de direita.
A desesperança é reflexo da má gestão administrativa, que é um fato que pode ser comprovado pelos aumentos nas passagens de ônibus e metrô, pelo esvaziamento dos restaurantes comunitários pelo alto preço e pela privatização dos espaços públicos e a terceirização da gestão na educação e saúde.
Também contribuiu para o desalento o funcionamento deficiente nos serviços dos hospitais, creches, transporte e, agora, as fugas no Complexo da Papuda. Mas o problema vai além da deficiência e equívocos nas políticas públicas.
O governador do Distrito Federal não assumiu o papel de liderança da sociedade da capital. O diálogo com os mais diversos setores é precário, as decisões são tomadas de forma exclusivista e centralizada, sem ouvir os diferentes segmentos.
Se é certo que a crise econômica não facilita as coisas, por outro lado o Distrito Federal é uma unidade da Federação com enormes potencialidades de crescimento. As dificuldades não podem levar a acomodação e a indiferença.
Vejamos o exemplo da gestão do governador do Maranhão, Fávio Dino do PCdoB. Dino dirige um estado muito mais pobre e enfrenta grande desafios com arrojo e coragem. Aumentou os salários do Magistério e da Polícia, abriu concurso para 1.500 professores com salário inicial de cinco mil reais, taxou os mais ricos, incorporou 1.500 policiais e ampliou os restaurantes populares de 6 para 42.
Acabou com os contratos de terceirizados e contratou mais servidores; esta medida no Complexo de Pedrinhas reduziu a zero o número de rebeliões.
Além disso, com ações e opiniões corajosas, Dino consolida sua liderança local e se projeta nacionalmente.
Liderar um movimento em busca do crescimento e do desenvolvimento do seu Estado e da sua Região, despertar esperanças, estimular a confiança, mobilizar forças e energias para gerar emprego e renda e garantir direitos, é o que se espera de todo governante. Não é o que temos hoje no DF, infelizmente.
*Augusto Madeira é presidente do PCdoB/DF
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