2 de mar. de 2016

Augusto Madeira: Governo Rollemberg, uma expectativa frustrada

Foto Joaquim Dantas
Foto Joaquim Dantas
É inegável que a eleição de Rodrigo Rollemberg em 2014 gerou em  grande parte da população do Distrito Federal  uma enorme expectativa a partir das promessas de uma nova política,  uma experiência que fugisse da polarização vivida no DF há muitos anos. 
Nas eleições de 2010 a grande votação do Toninho do PSOL já indicava a força de uma candidatura que fugisse desta lógica. Porém, a cada dia que passa aumenta a percepção que o  governo eleito não vai entregar o que prometeu.

No quadro atual, o grande receio é que o desempenho pífio pavimente a eleição de um governo de direita.

A desesperança é reflexo da má gestão administrativa, que é um fato que pode ser comprovado pelos aumentos nas passagens de ônibus e metrô, pelo esvaziamento dos restaurantes comunitários pelo alto preço e pela privatização dos espaços públicos e a terceirização da gestão na educação e saúde.

Também contribuiu para o desalento o funcionamento deficiente nos serviços dos hospitais, creches, transporte e, agora,  as fugas no Complexo da Papuda. Mas o problema vai além da deficiência e equívocos nas políticas públicas.

O governador do Distrito Federal não assumiu o papel de liderança da sociedade da capital. O diálogo com os mais diversos setores é precário, as  decisões são tomadas de forma exclusivista  e centralizada, sem ouvir os diferentes  segmentos.

Se é certo que a crise econômica não facilita as coisas, por outro lado  o Distrito Federal é uma unidade da Federação com enormes potencialidades de crescimento.  As dificuldades não podem levar a acomodação e a indiferença.

Vejamos o exemplo da gestão do governador do Maranhão, Fávio Dino do PCdoB. Dino dirige um estado muito mais pobre e enfrenta grande desafios com arrojo e coragem. Aumentou os salários do Magistério e da Polícia, abriu concurso para  1.500 professores com salário inicial de cinco mil reais, taxou os mais ricos, incorporou 1.500 policiais e ampliou os restaurantes populares de 6 para 42.

Acabou com os contratos de terceirizados e contratou mais servidores; esta medida no Complexo de Pedrinhas reduziu a zero o número de rebeliões.

Além disso,  com ações e opiniões corajosas, Dino consolida sua liderança local e se projeta nacionalmente.

Liderar  um movimento em busca do crescimento e do desenvolvimento do seu Estado e da sua Região, despertar  esperanças, estimular a confiança,  mobilizar forças e energias para gerar emprego e renda e garantir direitos, é o que se espera de todo governante. Não é o que temos hoje no DF, infelizmente.

*Augusto Madeira é presidente do PCdoB/DF

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