20 de jun. de 2016

Mulheres debatem agroecologia no Mercado Sul

Foto Joaquim Dantas
Foto Joaquim Dantas
Roda de Mulheres debate agroecologia e economia solidária no Condomínio Ocupação Mercado Sul em Taguatinga
De Taguatinga
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Mulheres ligadas a vários movimentos sociais e aos trabalhares do campo, reuniram-se no último sábado (18) para debaterem questões ligadas à agroecologia e a economia solidária. O encontro aconteceu no Condomínio Ocupação Mercado Sul, em Taguatinga.

A agroecologia refere-se ao estudo da agricultura desde uma perspectiva ecológica. Tem como unidades básicas de análise os ecossistemas agrícolas, abordando os processos agrícolas de maneira ampla, não só visando maximizar a produção mas também otimizar o agroecossistema total - incluindo seus componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos.

Atualmente, o termo agroecologia pode ser entendido como uma disciplina científica, como uma prática agrícola ou como um movimento social e político. Nesse sentido, a agroecologia não existe isoladamente, mas é uma ciência integradora que agrega conhecimentos de outras ciências, além de agregar também saberes populares e tradicionais provenientes das experiências de agricultores familiares de comunidades indígenas e camponesas.

Já a economia solidária é definida como o "conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de autogestão" Compreende uma variedade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. Trata-se de uma forma de organização da produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano e não do capital, caracterizada pela igualdade.

Para o grupo, é importante desenvolver e ampliar o debate sobre a valorização dos saberes tradicionais, principalmente na área da Saúde, como também tratar de temas como a autonomia do corpo da mulher.

Outro tema levantado pelas mulheres foi a importância da agroecologia não apenas na conquista da terra, mas também na divulgação dos saberes tradicionais quanto ao uso e preservação da semente crioula, também conhecida como semente da natureza ou semente da esperança. A disseminação dessa semente, segundo o grupo, serve como contraponto às sementes estrangeiras utilizadas pelo agronegócio.

As sementes crioulas são sementes tradicionais, ou seja, elas foram mantidas e selecionadas por várias gerações dos agricultores tradicionais (agricultura familiar). Estas sementes guardam em si a riqueza natural das nossas terras e, por isto, devem ser preservadas e disseminadas, principalmente para manter o direito do consumidor a um alimento saudável, evitando doenças e o aumento de casos de obesidade por consumo de alimentos processados. Entretanto, o entendimento comum durante o debate, foi o de que é preciso mais políticas públicas e investimentos na agroecologia.

Na agricultura as mulheres tem, historicamente, uma participação fundamental na produção e na organização de um modo geral mas, infelizmente, essa participação é desvalorizada, seja pela falta de valoração de seu trabalho ou por serem vítimas da violência doméstica no campo. 

Após o debate, aconteceu a 30ª Ecofeira do Mercado Sul, com exposição e venda de produtos da agroecologia e de artesanatos.


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