30 de dez. de 2016

Ano-novo, tarifa nova.

Foto Joaquim Dantas/Arquivo
Foto Joaquim Dantas/Arquivo
Tarifa de ônibus e metrô mais cara no DF a partir de segunda (2/1)
Último reajuste foi autorizado em setembro de 2015 pelo governador Rodrigo Rollemberg. Confira os novos valores

Os mais de 1,2 milhão de brasilienses que dependem diariamente do transporte público para se locomover podem ir preparando o bolso. As tarifas dos ônibus e do metrô vão ficar mais caras a partir de segunda-feira (2/1). Sobem de R$ 2,25 para R$ 2,50 as linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50 as de ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5 as viagens de longa distância e integração e as de metrô.

O reajuste chega a 25%, no caso das passagens do metrô e das linhas de longa distância. O índice está bem acima da inflação acumulada entre setembro de 2015 e novembro deste ano (último porcentual divulgado pelo IBGE). No período, o IPCA brasiliense ficou em 7,69%.

O anúncio do reajuste foi feito nesta sexta-feira (30/12) pela Secretaria de Mobilidade. O DF tem mil linhas de ônibus, operadas por com três mil coletivos de empresas e cooperativas.

É a segunda vez que o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) aumenta o valor das tarifas. Depois de ficar quase dez anos sem aumento, as passagens foram reajustadas em setembro de 2015 em até 50%. Este ano, o GDF optou por contratar uma consultoria independente para analisar os contratos de concessão vigentes e estabelecer um reequilíbrio do sistema, que teve alta no número de passageiros.
ARTE/METRÓPOLES

De acordo com a Secretaria de Mobilidade, o reajuste é necessário para acompanhar a elevação de custos do sistema, manter as gratuidades para estudantes e pessoas com deficiência e compensar os quase dez anos de congelamento das tarifas, enquanto outros índices cresciam, como salários e combustível, por exemplo.

O secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno, destacou que “o reajuste vem para garantir o nível de gratuidade no sistema, não interferir na parte social, e ajudar no reequilíbrio das contas do governo, pois o subsídio é muito além do que temos disponibilidade de pagar”, explica.

Subsídio
Quando o usuário passa pela catraca do ônibus, por exemplo, o que ele paga não representa o valor real do bilhete. A passagem custa mais caro, o que é chamado de tarifa técnica, porém, apenas parte dela — a tarifa do consumidor — é repassada aos cidadãos. A diferença é subsidiada com recursos públicos. O orçamento local ainda arca com a gratuidade para idosos, pessoas com deficiência e com o passe livre estudantil.

Em 2014, o governo bancava 16,7% das passagens de transporte público no DF com gratuidades. Esse número subiu para 22% em 2015 e para 27,8% neste ano — valor repassado às empresas de ônibus que integram o sistema do DF, à TCB, às cooperativas e ao Metrô. Em outubro e novembro, o porcentual chegou a 33%, enquanto a média nacional é de 15%.

Segundo o GDF, com o reajuste de 2015 o governo reduziu em 23% o complemento tarifário (diferença entre o preço real da passagem e o repassado ao usuário), quantia bancada pelos cofres públicos. Ainda assim, o Estado gastou cerca de R$ 600 milhões em 2016 com o subsídio ao transporte público.

É necessário reajustar para não estagnar o sistema, buscar um transporte melhor e trazer tecnologia"
Fábio Damasceno, secretário de Mobilidade

Licitação questionada
As empresas de ônibus que atuam no Distrito Federal são a Viação Piracicabana, Viação Pioneira, Consórcio HP-ITA, Viação Marechal e Expresso São José.

Em janeiro deste ano, a 1ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal suspendeu os contratos da licitação do transporte público local e deu prazo de 180 dias para que o GDF fizesse uma nova licitação para a escolha das empresas que operariam o sistema.

O governo recorreu da decisão. Na ocasião, a Justiça entendeu que  “a condução do certame deu-se de forma viciada”. A concorrência foi alvo, inclusive, de uma CPI na Câmara Legislativa.

do Portal Metrópoles

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