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De panelaços, paneleiros, fechamento do Centro Obstétrico do HRG, e da gracinha sem graça do secretário de saúde na Região de Santa Maria e Gama
Por Taciano, no Gama Livre
Não bastasse o caos implantado na rede pública de saúde pela gestão Rollemberg e sua equipe, agora se partiu para um desrespeito explícito contra os servidores, contra os conselheiros regionais de saúde e, pasmem, contra a própria população.
Os mais recentes episódios na Região Sul de Saúde, que compreende Gama e Santa Maria, ocorreram na última quinta-feira (20/7) e tiveram como local o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
Vamos a um desses episódios
Acompanhado por, pelo menos, 7 auxiliares gestores, o secretário de saúde do governo Rollemberg, Humberto Fonseca, esteve no HRSM para reunião com médicos ginecologistas dessa unidade de saúde.
Mas eis que ao ser visto por funcionários do hospital, uma das servidoras o interpelou sobre quando ele pagaria o dinheiro das horas extras que o governo está devendo ao pessoal da saúde.
Num misto de arrogância, desprezo, atitude humilhante, contra os servidores, mas prenhe de sem-gracice, declarou:
— Deixa eu ver se tenho aqui na carteira.
Este é o tipo de dirigente que, geralmente, temos ao volante da saúde pública do DF. Certamente por isso, é que a saúde vive de batidas, trombadas, derrapadas, capotadas, sinistros. Fazendo como vítimas, algumas fatais, pessoas que usam (melhor dizer, tentam usar) os serviços da rede pública.
E o pior é que diante dessa piadinha da maior sem-gracice, o chefe Rollemberg nada falou (pelo menos publicamente), quando se esperaria de qualquer governador a exoneração do secretário, até antes deste retornar de Santa Maria ao Plano Piloto de Brasília. Verdade que Rollemberg não estava presente. Mas que soube, soube.
De acordo com informações, a piadinha sem graça, mas humilhante, produziu, em pelo menos alguns dos 7 auxiliares de sua majestade o secretário, risos. Lamentável esse tipo de solidariedade ao chefe. Se é que isso possa ser chamado de solidariedade e não de outra coisa. A seguir uma foto do secretário e seu séquito no HRSM no último dia 20 de julho.
Da direita para a esquerda [na foto acima]: Robledo de Souza Leão Lacerda, superintendente da Região de Saúde Sul; Ismael Alexandrino, Secretário-adjunto de Gestão em Saúde; José Macedo, diretor do HRG; Humberto Fonseca, secretário de saúde do DF; Igor Dourado, diretor do HRSM, tendo ao seu lado Kenisse Dourado, assessora do superintendente da Região de Saúde Sul; Daniel Seabra Resende Castro Correa, Secretário-Adjunto de Assistência à Saúde (atrás); e por fim, na extremidade direita, Átilas, diretor administrativo da Superintendência de Saúde da Região Sul.
Agora falemos da reunião do último dia 19 do Conselho de Saúde do Gama, que não passou de um 'panelaço geral'; os conselheiros 'paneleiros' e, pasmem, o povo 'paneleiro'. A absurda opinião do secretário de Saúde do governo Rollemberg.
Coisa que começa com uma situação dessa (o caso do “Deixa eu ver se tenho aqui na carteira”), não pode terminar em coisa que preste. E terminou sem prestar.
E acabou em situação deplorável. Em reunião (e paredes tem ouvido, e celular gravador), ainda no dia 20 de julho, com a equipe médica do Centro Obstétrico do HRSM, o secretário de saúde teria feito (segundo as nossas fontes, ele fez) comentários grosseiros, desrespeitosos, descabidos, contra o Conselho Regional de Saúde do Gama, que no dia anterior, 19 de julho, realizou uma reunião que, iniciada pela manhã, terminou por volta das 14h27. Esta reunião aconteceu no auditório do Centro de Ensino Especial do Gama.
Num momento de possível destempero, disse o secretário na reunião do HRSM que o CO do Gama seria fechado sim. Era a decisão do governo. Que aquela decisão do dia 19, e que proibiu o fechamento do Centro Obstétrico do Gama, foi um PANELAÇO. Coisa de PANELEIROS. Dessa forma, atingidos pelo destempero, foram os conselheiros, os funcionários, e...o povo presente à reunião.
Entenda o caso
No último dia 19 de julho, quarta-feira da semana que passou, foi realizada uma reunião importante e concorrida. Discutiu e DECIDIU sobre o Centro Obstétrico do Hospital Regional do Gama, o HRG. Tal centro vem sendo já há algum tempo ameaçado de fechamento pelo governo Rollemberg. O hospital já sofre com o fechamento definitivo do Pronto Atendimento Infantil (PAI).
Agora era o Centro Obstétrico que estava (e continua a estar) ameaçado de fechamento. Tal ameaça provocou uma reunião do Conselho Regional de Saúde do Gama, em que esteve também presentes muitos moradores. Direito a voz e voto têm os conselheiros que representam o gestor, o trabalhador da saúde e o usuário dos serviços públicos de saúde. Aos moradores presentes na reunião, a voz.
A decisão do Conselho Regional de Saúde
Moradores usaram a palavra questionando os argumentos dos gestores e protestaram contra o fechamento do Centro Obstétrico do HRG. Os vários gestores, que são também conselheiros, e que fizeram uso da palavra não conseguiram demonstrar a razoabilidade do cerramento das atividades do CO. Até argumentos conflitantes entre eles foram expostos. Já os conselheiros representantes dos servidores e dos usuários, foram claros, e convincentes ao defenderem a proibição do fechamento do Centro Obstétrico.
Mas como assinalado mais acima, direito a voto só tem os conselheiros (representantes do gestor, dos servidor, do usuário). Como ficava cada vez mais claro que venceria a proposta apresentada ao Conselho pela proibição do fechamento do Centro Obstétrico do HRG, mesmo no casos que ocorra algum tipo de manutenção, vários conselheiros do seguimento Gestor, foram caindo fora da reunião. Os poucos que ficaram, se abstiveram na hora do voto. E a SOBERANA decisão aprovada pelo Conselho Regional de Saúde do Gama proibiu que se feche o CO. Foi contra essa sensata, e indispensável, decisão que se insurgiu o secretário de saúde do governo Rollemberg. E que gerou os comentários feitos no dia seguinte em reunião com a equipe médica do Centro Obstétrico do HRSM.
Duas coisas temos plena convicção até porque lá estivemos e vimos o que aconteceu. A reunião do Conselho Regional de Saúde do Gama NÃO FOI UM PANELAÇO. Ponto. Os conselheiros que defenderam e votaram pela proibição de se fechar o Centro Obstétrico do Hospital Regional do Gama NÃO SÃO PANELEIROS. Ponto. O povo presente à reunião também NÃO É PANELEIRO. Ponto!
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