Café com Marx
Por Marcelo Pires
Florestan Fernandes
“Aproximamo-nos da verdade por inteiro. A atualidade de Marx não reside nas obras que escreveu, mas no apelo para estudar e reinterpretar o concreto como totalidade histórica e descobrir nele a natureza da revolução. Atualidade significa ‘ir além’, seguindo os mesmos princípios e métodos interpretativos. Se sobrevivem as crises de longa duração e se persiste o clamor rancoroso dos que sofrem os dilemas sociais, a ordem está condenada. Generaliza-se o saber de que na civilização vigente fica a gênese das iniquidades, das psicoses e do padrão de desumanização da pessoa. As duas alternativas são a decadência inevitável ou o socialismo. De que lado nos situamos? Deixar que a civilização mais rica da história da humanidade pereça miseravelmente ou levar avante os processos de renovação sem limites que ela contém, sob a égide do socialismo revolucionário?”
(Florestan Fernandes, ‘Revolução, um Fantasma que não foi Esconjurado’, 1995.)
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