Quando o Bolsonaro abre a boca é uma metralhadora de merda? É. Mas vocês já experimentaram ouvir a conversa de alguém num ponto de ônibus ou na fila de uma Casa Lotérica? O Bolsonaro é a cópia fiel do senso comum atual do nosso povo.
Eu nunca fiquei falando mal de deputado pois o politico é o desenho perfeito do povo. Olhem para o congresso e vejam. Aquilo lá não representa fiel e perfeitamente o povo brasileiro? Eu acho que sim. Por mais que metade dos deputados sejam da bancada do Boi, da Bala e da Bíblia, é exatamente isso que grande parte da população, pobre ou rica, branca ou negra, homem ou mulher desejam do fundo do coração.
Um pastor para lhe enganar, um patrão para puxar o saco e uma farda para sentir fetiche sexual.
Olhem para os córnos do Tirir…
[09:10, 21/08/2019] Agomes: Um palpite:
as redes sociais, especialmente o facebook, são nosso maior problema, e um paradigma a ser enfrentado hoje.
Se há alguns anos atrás as pessoas entravam aqui para conversar, procurar amigos antigos, ouvir música nova e etc, hoje elas entram para o confortável encontro consigo mesmas.
As redes ajudaram muito na instituição de uma sociedade de times opostos, dividida, fraturada, paralelas entre si.
Só que não existem dois mundos, dois Brasis paralelos. Nós vivemos juntos nesse mesmo lugar, real.
As redes também são fundamentais na manipulação da informação - embora isso pareça estar sendo mais monitorado - e acaba servindo como um espaço que esvazia as ruas, pois tudo acontece aqui, é acompanhado daqui em tempo real por câmeras e etc.
Há quem ache que não, que as redes ajudam a unir, somar, marcar atos, manifestações. Eu discordo. Acho que as redes são uma espécie de doença, algo que em alguns anos ou décadas será visto como um momento extremamente doente, perigoso e ruim da humanidade.
As redes deprimem muito mais as pessoas do que provocam um sentimento de amor à vida. Elas circulam muito mais informações ruins do que boas, é o algoritmo. Por isso gera mais embate e as pessoas ficam cada vez mais aqui, presas.
A política hoje, especialmente no Brasil, é o reino maior da mediocridade humana, muito por conta das redes. Fico lembrando na nossa assembleia constituinte, das diferenças absurdas, do abismo na qualidade dos nossos parlamentares àquela altura, de sua dimensão republicana.
A idiotice sempre existiu, a mediocridade sempre foi uma realidade, a estupidez e o ódio sempre estiveram entre nós.
Mas as redes reforçam as paranoias infundadas dos mais ignorantes, reforçam os discursos anti-civilização e anti-ciência porque difundem, como verdade, quaisquer informações absurdas.
A democratização da informação é maravilhosa, mas as redes instituíram a perda da hierarquia ética na construção da informação, ou seja, não há mais uma responsabilidade com o ato de 'informar'. O que antes passava por um método jornalístico, hoje pode tomar proporções mundiais como brincadeira de um pré-adolescente inconsequente.
Tenho parentes, pessoas supostamente letradas, que compartilham memes (imagens aleatórias escolhidas por qualquer um com textos aleatórios por cima que dizem qualquer coisa sem qualquer compromisso com a verdade) como se estivessem compartilhando uma matéria da 'Nature'.
A verdade é que as redes empoderaram mais os idiotas. Por um motivo simples: a linguagem idiota é simples. O fascismo é simples. O meme é a apoteose da idiotice, é simples, e está mudando a política mundial. Ninguém irá ler um texto - como esse aqui aliás - se pode ver uma montagem do Lula rindo dentro de um castelo na França com a legenda "Vejam o que ele fez com NOSSO DINHEIRO".
Assumamos: os imbecis venceram. Estão no poder.
Compreendamos o papel das redes nisso tudo. A rede é emburrecedora, embora pareça não ser.
Espero poder pular desse barco aqui o quanto antes.
Fernando Penello Temporão
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