17 de jan. de 2020

Repulsa ao nazismo obriga Bolsonaro a demitir Secretário de Cultura

Pressionado até por segmentos políticos e sociais, inclusive pela Confederação Israelita, Bolsonaro teve que demitir o secretário com quem afinidades.

por Redação Portal Vermelho

Sob pressão política, após a repercussão negativa das declarações de seu secretário de Cultura, Roberto Alvim, que fez um vídeo com conteúdo nazista, Bolsonaro teve que demiti-lo do cargo. Por meio da assessoria de imprensa, a pasta que ele dirigia já informou sobre a demissão

Ao comentar a demissão do ex-auxiliar de Bolsonaro, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) definiu bem o motivo. “Alvim não caiu pela opinião abjeta, que infelizmente encontra amparo nesse desgoverno. Caiu por expressá-la”, afirmou o parlamentar.

As manifestações em todo o país demonstraram ao governo que não havia outro caminho a ser tomado. Não fosse isso, o isolamento político seria ainda mais profundo.  

A situação ficou tensa. Isso porque o governo já enfrenta outra crise com o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, acusado de receber dinheiro de emissoras e agências contratadas pelo governo Bolsonaro através da FW Comunicação e Marketing, da qual tem 95% das ações.

A pressão política veio de todos os lados. “O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, disse no Twitter o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“Um vídeo nazista não é apenas ridículo. É perigoso e ilegal. Desrespeita os judeus no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Deve ser objeto de repúdio e de providências no Congresso Nacional e no Poder Judiciário”, escreveu no Twitter o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

No parlamento, a oposição e até mesmo aliados reagiram com indignação diante da apologia ao nazismo.
Alvim não esconde sua afinidade com o nazista Goebbels l Foto: Reprodução

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, divulgou nota em que afirma que “é totalmente inadmissível, nos tempos atuais, termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda: que se valha do cargo que eventualmente ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista e, absurdo dos absurdos, repita ideias do ministro da Informação e Propaganda de Adolf Hitler, que infligiu o maior flagelo à humanidade”.

Uma das reações que podem ter impacto mais o presidente da República, partiu da Confederação Israelita do Brasil (Conib) que considerou “inaceitável o uso de discurso nazista pelo secretário da Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim”. Para a entidade “emular a visão do ministro da Propaganda nazista de Hitler, Joseph Goebbels, é um sinal assustador da sua visão de cultura, que deve ser combatida e contida”.

Para acalmar os ânimos, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos, telefonou para líderes e avisou que o porta-voz da Presidência, general Rego Barros, deve anunciar a demissão.


Nenhum comentário: