14 de jul. de 2012

Mitologia Tupi-Guarani

Mitologia Tupi- Guarani

Mitologia guarani refere-se às crenças do povo tupi-guarani da porção centro-sul da América do Sul, especialmente os povos nativos do Paraguai e parte da Argentina, Brasil e Bolívia.
Os sete monstros legendários
Kerana, a bela filha de Marangatu, foi capturada pela personificação ou espírito mau chamado Tau. Juntos eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Arasy, e todos exceto um nasceram como monstros horríveis. Os sete são considerados figuras primárias na mitologia Guarani, e enquanto vários dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são acreditados até tempos modernos em áreas rurais. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:

1 - Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas
2 - Mboi Tu'i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas
3 - Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý
4 - Yacy Yateré, deus da sesta, único dos sete a não aparecer como monstro
5 - Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade
6 - Ao Ao, deus dos montes e montanhas
7 - Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela
Outros deuses ou figuras importantes
1 - Angatupri, espírito ou personificação do bem, oposto a Tau
2 - Pytajovái, deus da guerra
3 - Pombero, um espírito popular de travessura
4 - Abaangui, um deus creditado com a criação da lua; pode figurar somente como uma adptação de tribos guaranis remotas
5 - Jurupari, um deus de adoração limitada aos homens, em geral apenas para tribos isoladas no Brasil.
Algumas figuras da Mitologia Ameríndia Tupi-Guarani:

Curupira : ou Currupira
O Curupira é uma figura do folclore brasileiro. Ele é uma entidade das matas, UM ÍNDIO, um anão de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás.
É um mito antigo no Brasil, já citado por José de Anchieta, em 1560. Protege a floresta e os animais, espantando os caçadores que não respeitam as leis da natureza, ou seja, que não respeitam o período de procriação e amamentação dos animais e que também caçam além do necessário para a sua sobrevivência e lenhadores que fazem derrubada de árvores de forma predatória.
O Curupira solta assovios agudos para assustar e confundir caçadores e lenhadores, além de criar ilusões, até que os malfeitores se percam ou enlouqueçam, no meio da mata. Seus pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que ao irem atrás das pegadas, vão na direção errada. Para que isso não aconteça, caçadores e lenhadores costumam suborná-lo com iguarias deixadas em lugares estratégicos. O Curupira, distraído com tais oferendas, esquece-se de suas artes e deixa de dar suas pistas falsas e chamados enganosos.
Sendo mito difundido no Brasil inteiro, suas características variam bastante. Em algumas versões das histórias, o Curupira possui pêlos vermelhos e dentes verdes. Em outras versões tem enormes orelhas ou é totalmente calvo. Pode ou não portar um machado e em uma versão chega ser feito do casco de jabuti.

Abaçaí:
(segundo Teodoro Sampaio, do tupi a'wa-sa'i; "homem que espreita, persegue") é um gênio maléfico, de proporções gigantescas, que, na mitologia tupi, perseguia os indígenas e os tornava possessos.
Em outra definição, também na mesma mitologia, é um espírito que habita as florestas e convida a dançar, cantar e fazer festa habitava os ermos das florestas e que possuía o indígena que se apartava de seu grupo, deixando-o em transe arrebatado, fora de si. Um espírito que a ótica dos europeus e da evangelização tentou transformar em "gênio maléfico", desconsiderando a necessidade de evasão tão presente na cultura de todo o mundo.

Chandoré: 
era um deus tupi-gurani que, segundo a lenda, foi mandado para matar o índio malvado Pirarucu, que desafiou Tupã, mas fracassou, pois Pirarucu se jogou no rio. Como castigo o índio transformou-se no atual peixe.

Kurupi: 
é um deus mitológico guarani, filho de Tau e Kerana. "Curupira", "taiutú-perê", são sinônimos para este homúnculo que habita as florestas verdes e que, em noites de lua cheia atormenta a vida dos índios e animais. Se alimenta de crianças e filhotes recém-nascidos e é reconhecido por seus gritos e gargalhadas malévolos. Costuma estuprar índios perdidos na floresta, assim como índias virgens, sendo que, se isto ocorrer em noites de lua nova, segundo a crença, será concebido um ser híbrido, pequenino e levado.
Iara:
Iara ou Uiara (do tupi 'y-îara "senhora das águas") ou Mãe-d'água, segundo o folclore brasileiro, é uma sereia. De pele morena clara e cabelos negros, tem olhos verdes e costuma banhar-se nos rios, cantando uma melodia irresistível. Os homens que a vêem não conseguem resistir a seus desejos e pulam nas águas e ela então os leva para o fundo do rio, de onde nunca mais voltam. Os que retornam ficam loucos e apenas uma benzedeira ou algum ritual realizado por um pajé consegue curá-los. Os índios têm tanto medo da Iara que procuram evitar os lagos ao entardecer.(Imagem ao lado)

Nhanderuvuçu: 
Nhanderuvuçú (Tupã) é considerado Deus supremo na religião primitiva dos índios brasileiros que habitavam as terras tupiniquins atualmente chamadas Brasil.

Sumé: 
Zumé, Pay Sumé, Pay Tumé... é o nome de uma antiga entidade da mitologia dos povos Tupis, Guaranis. Sua descrição variava de tribo para tribo. Teria estado entre os índios antes da chegada dos portugueses e que lhes havia transmitido uma série de conhecimentos. Além disso, seria o responsável pela introdução de alguns elementos básicos da alimentação indígena como a mandioca, o mate e a batata doce.
Os colonizadores católicos criaram o mito de que caracterizaria-se pela figura de um homem branco e barbado, que seria São Tomé. Os padres jesuítas associam esta figura ao apóstolo que é bastante conhecido por suas pregações ao redor do mundo, tendo visitado Ásia e América propagando a "boa nova". O apóstolo teria atingido as Índias Ocidentais seguindo a velha rota do cedro além - mar, praticada pelos cartaginenses (descendentes dos fenícios).

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