15 de nov. de 2012

“Cinquenta tons de cinza” causa divórcio


Mulher pede divórcio após marido recusar fantasias do livro “Cinquenta tons de cinza”

A notícia é, de fato, um tanto bizarra e tem ar de tabloide sensacionalista, mas vale trazer para cá e ler por um motivo simples, ao qual falarei no final da curta matéria: 
Uma empresária de Londres pediu o divórcio depois que o marido se recusara a viver as fantasias sexuais contidas no romance “Cinquenta tons de cinza”. 
A mulher de 41 anos comprara o best seller, que é sucesso em quase todo o mundo, logo após o lançamento. Ao lê-lo, a inglesa decidiu praticar a história picante com o marido. 
Mas, quando o marido não conseguiu atender às expectativas relacionadas as temas explorados no romance, que incluem sadomasoquismo e bondage, a empresária decidiu se separar. 
No processo, a inglesa cita o livro como responsável pela descoberta de que o marido não poderia embarcar com ela em aventuras sexuais. O caso está sendo conduzido por Amanda McAlister, uma das mais renomadas advogadas da área de divórcio do Reino Unido, de acordo com o “Daily Mail”. 
Veja bem, não quero ser nem moralista, nem liberal [e nem quero dizer que quem apoia tal opinião o é]. Acho esquisito terminar um casamento por causa do livro, mas, se a mulher não se sentia satisfeita, beleza. Acho que realmente é uma decisão abrupta demais etc etc, mas, beleza², não acho interessante ficarmos discutindo isso [só fiquei com dó do marido, mas, beleza]. 
Além de trazer um ar tragicômico para a leitura de vocês, também queria evidenciar como um livro pode influenciar a mente humana. E não apenas livros “celebrados” pela crítica. Quem nunca ouviu falar da influência do livro de Adolf Hitler, Mein Kampf? Ou da onda de suicídios que Os Sofrimentos do Jovem Werther, do alemão Goethe, trouxe? Ou até a rebeldia que O Apanhador no Campo de Centeio ajudou a instaurar nos anos 60 e 70.?
É claro que existem influências que consideramos positivas e influências negativas. Por exemplo, a de Hitler e de Goethe [mesmo sendo uma obra-prima] seriam influências altamente negativas. E é extremamente curioso avaliar tais coisas, pois há pouco tempo Crepúsculo trazia um conservadorismo sexual muito grande, completamente oposto ao que 50 tons de cinza, supostamente, traz [pois alguns questionam os valores machistas etc - também já falei sobre isso e acho uma péssima interpretação dos fatos]. E essa comparação fica ainda mais interessante, pois 50 Tons só existiu porque Crepúsculo existiu [o livro nasceu como fan fiction da obra de Stephenie Meyer]
Enfim, decidi postar sobre porque, como disse, a notícia tem seu teor tragicômico e também gera uma discussão e visão das coisas bastante interessante. Não é necessariamente algo que nos dê muito o que dizer, mas, ao menos pra mim, fez muito o que pensar. 
Por Gustavo Magnani,
Em literatortura.com

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