Negros recebem salários até 33% menores no DF, segundo estudo da Secretaria do Trabalho
Um das razões para a desigualdade, segundo a pesquisa, é a falta de qualificação
Por R7
Negros e pardos recebem, em média, R$ 12,95 por hora de trabalho, enquanto os não negros ganham R$ 19,57 |
Um estudo divulgado pela Secretaria de Trabalho do Distrito Federal nesta terça-feira (13) mostra que o rendimento médio por hora dos negros e pardos assalariados do Distrito Federal é menor para todas as ocupações, em comparação com os não negros. No setor de serviços, a diferença no salário médio chega em 33,8% em 2011.
No setor de serviços, os negros e pardos recebem renda média de R$ 12,95 por hora de trabalho, enquanto os não negros, R$ 19,57. O setor que teve menor diferença de salários foi o de serviços domésticos, com 1,17%. No entanto, o analista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Daniel Biagioni, afirma que a pequena diferença não se deve a diminuição de desigualdades.
—A diferença de renda é pequena, pois quase todos que trabalham nesse setor são negros.
De acordo com o estudo, a maioria dos trabalhadores negros se concentra em setores de atividades onde predominam postos de trabalho com menores exigências de qualificação profissional, remunerações baixas e relações de trabalho mais precárias, sendo, por consequência, menos valorizados socialmente. A gerente de estudos da Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal), Iraci Peixoto, explica que essa posição dos negros nos setores se deve ao baixo índice de qualificação.
— Não é apenas a relação da cor que está relacionada a essas diferenças, mas sim a desigualdade na qualificação e educação. Os negros entram com o mesmo salário que os não negros em um concurso público, por exemplo, mas eles não possuem qualificação suficiente para equiparar os salários.
Além das diferenças raciais, o estudo também mostra que o gênero também é um fator que influencia na renda. As mulheres chegaram a receber até 23,88% a menos que os homens no setor de serviços.
Apesar da desigualdade encontrada entre os salários médios, as taxas de desemprego entre negros e não negros diminuiu nos últimos anos. O crescimento econômico e o aumento da renda cooperaram para a queda de 3,9% para os negros e 2,7% entre os não negros, em comparação com dados de 2009.
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