2 de mar. de 2013

Aliança Libertadora Nacional

Aliança Libertadora Nacional
Com a proposta de combater a ditadura militar vigente no Brasil, surgiu em 1967 a Aliança Libertadora Nacional (ou Ação Libertadora Nacional). O grupo revolucionário era guiado por uma ideologia comunista e guerrilheira, denominavam-se como um grupo terrorista revolucionário que não pouparia esforços em prol de uma ditadura de esquerda no país.

Foi de dentro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que teve origem o movimento revolucionário e guerrilheiro de esquerda. Após participar da conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) em Havana, Cuba, Carlos Marighella abandonou o PCB para formar a Aliança Libertadora Nacional. Outros militantes do PCB abandonaram o partido para engrossar o grupo de Marighella, o grupo de dissidentes inicialmente recebia o nome de Agrupamento Comunista de São Paulo, também chamado “Alla Marighella”. Só no ano seguinte, em 1968, que, por proposta do líder do movimento, o grupo passou a ser reconhecido como Aliança Libertadora Nacional.
Ainda no ano de 1967 o grupo de revolucionários de esquerda começou a desenvolver ações que fossem capazes de garantir a estruturação do movimento, para isso praticaram assaltos a bancos, expropriação de carros pagadores, seqüestros e outras práticas mais. A Aliança Libertadora Nacional tinha nos estudantes a linha de frente já que formavam a maior parte dos militantes.
Durante o período militar ocorreram quatro sequestros arquitetados por grupos revolucionários de esquerda, em dois deles as ações foram coordenadas pela ALN. O primeiro deles foi organizado junto com outro grupo de esquerda chamado MR-8, no qual seqüestraram o embaixador norte-americano Charles Burke Ellbrick em setembro de 1969. A ação exigia a libertação de presos políticos, dos quais obtiveram a libertação de 15 pessoas. O segundo sequestro foi de autonomia da ALN e a vítima foi o embaixador alemão Ehrefried Von Holleben, também em troca da libertação de presos políticos. Desta vez foram 40 pessoas liberadas em conseqüência do sequestro. Em ambos os casos o destaque na imprensa foi gigante e serviu para divulgar a sigla da organização.
Além de ações mais ousadas como essas que disseminavam a sigla da ALN entre a população, seus militantes tinham como costume também a utilização da panfletagem e de discursos para proliferar a luta contra a ditadura e defender a implantação de um regime comunista no Brasil.
Obviamente o grupo era absolutamente odiado pelos militares, a caçada ao grupo de Marighella sempre foi grande e cruel. Não tardou para que o líder fosse abatido. O delegado Sérgio Fleury de São Paulo elaborou um cerco para prender e matar Marighella na cidade, o que aconteceu no dia 4 de novembro de 1969. No lugar do líder morto entrou Joaquim Câmara Ferreira para dirigir a ALN, jornalista e também ex-membro do PCB. Mas morreu em 23 de outubro do ano seguinte, 1970, pois foi delatado por José Tavares da Silva, que após ser preso passou para o lado do inimigo e se tornou Cabo Anselmo.
Logo no começo da década de 1970, já com o fundador e ideólogo Marighella e seu sucessor na liderança, Joaquim Câmara Ferreira, ambos assassinados pelos militares, a Aliança Libertadora Nacional começa a enfrentar dissidências internas. Em 1971 surgem duas novas facções dentro da ALN, a Tendência Leninista (TL) e o Movimento de Libertação Popular (MOLIPO). Ambos tiveram contingente reduzido e vida efêmera, a maior parte dos militantes morreu até 1974 e a ALN sobreviveu com muita dificuldade e sem maior importuno até o fim da ditadura. A repressão executou ou torturou quase todos os militantes até a morte.
Carlos Eugênio Paz é o único militante que foi comandante da ALN que está vivo até hoje. Entrou para a guerrilha com 17 anos e passou a ser chamado de Clemente, quando se tornou o homem mais procurado pelos militares se exilou na França em 1973 e por lá ficou até 1981. Publicou “Nas trilhas da ALN” e “Viagem à luta armada

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