19 de fev. de 2015

Se é um sutiã ou é um top, não é o problema!

A mulher usa a roupa que quiser
Foto divulgação
Gaúcha é barrada no Metrô por usar um top, mas a mídia diz que é sutiã

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

A Rede Record de Televisão está dispensando um bom tempo de sua programação para noticiar o fato de uma jovem gaúcha ter sido barrada no Metrô de Porto Alegre por estar usando um top. Em todos os programas os apresentadores questionam se a peça de roupa é um top ou um sutiã.

A mediocridade e hipocrisia dessa mídia chega a me causar náuseas. O debate não deveria acontecer em torno de que tipo de peça de roupa a jovem estava usando, mas em torno da liberdade que a mulher tem de se vestir da maneira que bem entender.

É o velho discurso machista que mulher com pouca roupa é puta, isso é repugnante, tanto a atitude do funcionário do Metrô que não permitiu o embarque da moça, quanto a da mídia que questiona se é uma peça de roupa ou uma roupa íntima, deixando de lado a questão principal que é a liberdade da mulher. Fazer esse tipo de questionamento é continuar deixando a mulher em segundo plano e não como autora de sua história.

A emissora pediu para a moça tentar embarcar novamente com a mesma vestimenta e, mesmo com a presença das câmeras, ela foi barrada mais uma vez. Em seguida a emissora do bispo Macedo contratou um modelo masculino, vestido com uma cueca tipo samba canção, e colocou o rapaz para embarcar logo em seguida da moça ter sido barrada. Os seguranças não abordaram o jovem de cueca, que embarcou tranquilamente.

Esse jornalismo rasteiro não se constrange em nenhum momento em publicar fofocas ou noticiar fatos sem provas que, na maioria das vezes, aniquila pessoas, como foi o caso de ex-ministro Luiz Gushiken. A Justiça levou tanto tempo para ser feita, que a vítima dos ataques covardes já não está entre nós. Fundador do PT, bancário de profissão, Luiz Gushiken foi ministro da Secretaria de comunicação na primeira gestão Lula. Por conta disso, teve seu nome incluído entre os denunciados do “mensalão” (e depois retirado do processo, por absoluta falta de provas).
A didática da mídia, fofocas e boatos
O desembargador Antônio Vilenilson, em voto seguido pelos demais desembargadores da Nona Câmara de Direito Privado do TJ/SP (apelação cível número 9176355-91.2009.8.26.0000), afirmou:

“A Veja dá a entender que não eram fantasiosas as contas no exterior. E não oferece um único indício digno de confiança. Infere, da identidade dos acusadores e dos interesses em jogo, a verdade do conteúdo do documento. A falácia é de doer na retina.”

Quanto aos valores, o TJ/SP sentenciou:

“A ré abusou da liberdade de imprensa e ofendeu a honra do autor. Deve, por isso, indenizá-lo. No que diz com valores, R$10.000,00 não condizem com a inescusável imprudência e com o poderio econômico da revista. R$100.000,00 atendem melhor às circunstâncias concretas.”

E quem não lembra dos 8 meses que o Jornal Nacional passou chamando o ex-ministro Orlando Silva, PCdoB, de ladrão por ter. supostamente. comprado uma tapioca por R$ 8,00 com o cartão corporativo? 
Após Orlando Silva ser inocentado pelo Supremo Tribunal Federal. STF, o mesmo Jornal Nacional deu a notícia em 15 segundos.

Se é um top ou um sutiã não é problema da mídia, aliás, não é um problema.

4 comentários:

tavinho disse...

li somente as primeiras frases, e ja nao volto nunca mais neste blog, desde quando tudo isso se torna uma imagen machista?, se toca ai poxa, nao é o fato de estar com pouca roupa que é puta o fato é que se nao valorizar um diamente ele logo logo vira pedra. Mulherada se da o respeito e valor, conservem o seu corpo quer exibir seu corpo vai na praia nao no metro poxa.

Blog do Arretadinho disse...

Esta é a reação típica dos machistas intolerantes, colocam sempre a mulher em segundo plano. Lamentável que em pleno século XXI ainda existam homens das cavernas.
Não tem argumentos para o debate camarada? Então continue no seu mundo de escuridão!

Anônimo disse...

sou mulher e não um produto, cada coisa tem seu lugar, não se pode achar que a liberdade paga o preço de tudo. Andar de langerie pela rua não é adequado, não gostaria de ver um homem de cueca andando pela rua tambem. Roupa de baixo é roupa de usar por baixo de outra roupa. Caso contrario o que virará o mundo daqui a alguns anos com essa libertinagem? todo mundo andando pelado? a gente tem que voltar um pouco atras mesmo, não é ser retrogrado mas sim resgatar valores, não se respeita mais a mulher justamente por essa banalização e exposição excessiva do corpo.

Blog do Arretadinho disse...

Prezada anônima, embora defenda o seu direito de ter opinião, discordo dela e espanta-me por partir de uma mulher.
Esse "resgatar valores" que você se refere é ser retrógrado sim, porque trata-se aplicar valores dos séculos passados, onde a mulher sempre foi colocada em posições inferiores. O que você chama de "libertinagem" eu chamo de liberdade de escolha, coisa que as mulheres lutam há séculos para tê-la. Volte quando quiser, saudações fraternas