Deputada do PMDB quer que os jovens infratores sejam vasectomizados
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Definitivamente estamos vivendo tempos difíceis, tempos em que os discursos racistas, preconceituosos e conservadores se proliferam pelos quatro cantos do país. A última pérola veio do Acre, a deputada estadual Eliane Sinhasique, PMDB, propôs na Câmara Legislativa do Estado, no último dia 28 de abril, que os jovens infratores e que cumprem medidas socioeducativas, sejam submetidos à vasectomia temporal.
O argumento da parlamentar para propôr tamanha imoralidade é o de que, ao receber visitas íntimas, as mulheres correm o risco de engravidar e seus filhos nascerem com os pais na cadeia. Enquanto o jovem não se recuperar, não procriaria. Caso a recuperação fosse constatada, a vasectomia seria revertida.
Com um discurso no estilo nazista, ela afirmou da tribuna que “a gente precisa colocar o dedo na ferida, nós não podemos fazer de conta que isso não está acontecendo para que estas pessoas que estão atrás das grades não continuem procriando”, disse Eliane.
Na opinião da deputada “Praticamente todos, são filhos de lares desfeitos, pessoas que não têm nem o nome do pai na certidão de nascimento, pessoas que têm o pai na cadeia, muitas vezes, têm o pai e a mãe na cadeira. Não acredito na evolução, no desenvolvimento de um Estado que investe em cadeias”.
A reação contrária de outros parlamentares foi imediata, entre outros, o deputado estadual Jenilson Leite, PCdoB, rebateu a proposta da peemedebista afirmando que “O Estado não tem autonomia para fazer isso. Sem contar o custo alto que teria para o sistema de saúde. As campanhas devem ser educativas para as famílias e evolver a distribuição preservativos e folhetos explicativos para estes jovens, se é que eles recebem visita íntima”, destacou o deputado comunista.
O parlamentar lembrou ainda que existem regras legais para submeter um homem ao procedimento de vasectomia: “É necessário ser maior de 25 anos, ter no mínimo dois filhos, estabilidade conjugal, comum acordo entre o casal, exames psicossocial. Eme alguns casos é necessário autorização judicial. É um projeto que ao meu ver, a possibilidade de cumprir um papel social é muito pequena”, finalizou Leite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário