Há um princípio na administração pública, chamada de “custo-benefício” e, mais que um princípio administrativo, é uma norma de racionalidade, usada por todos nós, e mais ainda, uma lei natural, porque é a que norteia os mecanismos da evolução, na natureza.
Por esse princípio devo agir de maneira a buscar o maior benefício possível ao menor custo.
Por exemplo: imagine que você seja um gestor público e disponha de uma verba suficiente para calçar uma única rua.
Você tem três ruas sem pavimento, precisando ser calçadas. Que critérios usaria?
Óbvio. A com maior número de residências, com mais moradores, de maneira a beneficiar mais pessoas, baratear o custo por pessoa e haver maior retorno em impostos, já que o calçamento iria valorizar o IPTU.
Na natureza não é diferente. No bairro em que moro, Guaratiba, no Rio de Janeiro, há uma colônia de pescadores e diversas peixarias, e as garças aprenderam que é muito mais fácil ficar nas imediações, alimentando-se dos restos de peixes, que os peixeiros jogam fora, do que gastar muito mais energia voando e pescando.
Assim funciona toda a natureza.
E já que estamos falando em bichos, vamos falar da Lava Jato.
Embora os políticos demagogos, histéricas galinhas entaladas com os ovos da corrupção, e seus coxinhas amestrados afirmem que o escândalo da Lava Jato é a maior corrupção do mundo, em todos os tempos, que são não sei de quantas centenas de bilhões... Na verdade Moro et caterva apuraram um desvio de 20 bilhões, dos cofres da Petrobras.
Este é o valor desviado da estatal, no total, vinte e cinco vezes menor que o desviado no caso Banestado, onde o doleiro era Youssef, o Juiz era Moro e os ladrões todos eram tucanos. Ninguém foi preso nem devolveu uma moeda.
Dos 20 bilhões surrupiados da Petrobras, Moro e gang recuperaram 2 bilhões que, abatendo-se os 15% de comissão para Moro e procuradores, resta um bi e setecentos.
Então este é o benefício proporcionado pela operação Lava Jato, um bilhão e setecentos milhões.
A que custo?
A Lava Jato pode se orgulhar de ter destruído as principais empreiteiras brasileiras, cujos serviços, em substituição, já foram oferecidos aos chineses, por Temer, e aos americanos, por Serra, desempregando alguns milhões de trabalhadores brasileiros.
Se fizermos o cronograma da crise brasileira, veremos que começou quando Moro concluiu o curso nos Estados Unidos e veio para cá, para criar a Lava Jato, com a deterioração de todos os nossos índices econômicos e sociais crescendo na medida em que se sucederam os escândalos, culminando com a queda de Dilma.
O rebaixamento da Petrobras, pelas agências de risco internacionais e a queda do valor das suas ações foram uma tentativa mal sucedida de facilitar a sua privatização.
Segundo organismos sérios, a Lava Jato nos proporcionou quase duzentos bilhões de prejuízo, até agora, e este é o custo, contra menos de dois bilhões de benefício, o recuperado dos vinte.
Claro que não sou contra a Lava Jato, claro que não quero o seu encerramento.
Só gostaria que não tivesse uso político, que não fosse usada para acabar com um projeto de país e implantar outro, que melhor atenda à classe dominante.
Empresas não são corruptas, mas os seus dirigentes, e os trabalhadores não têm que pagar a conta da roubalheira, a custa dos próprios empregos.
Quanto à mídia... Está adorando, usando tudo como biombo, para esconder a própria sonegação e corrupção passiva, vendendo-se a determinadas correntes políticas, nacionais e internacionais.
Resumindo: através da Lava Jato o Brasil investiu duzentos para receber dois.
Francisco Costa
Rio, 17/11/2016.
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