24 de jan. de 2017

Golpista a gente não apoia, enfrenta!

Editorial
Sobre a intenção das bancadas do PT e do PCdoB de apoiar golpista na eleição para presidente da Câmara dos Deputados

Por Joaquim Dantas

Terá início às 9 horas do dia 2 de fevereiro a eleição para os 11 cargos que compõem a Mesa Diretora que comandará os trabalhos da Câmara dos Deputados entre 2017 e 2019. Serão eleitos um presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.

Um dos candidatos, o atual presidente golpista e interino Rodrigo Maia, DEM/RJ, costura nos bastidores apoio para a sua candidatura, prometendo "mundos e fundos" aos deputados que o apoiarem.

A bancada do PT, com pouquíssimas exceções e a bancada do PCdoB, por unanimidade, decidiram apoiar a candidatura de Maia e os argumentos para este apoio distanciam os dois partidos, ainda mais, dos seus propósitos inicias.

Não irei aqui fazer juízo de valor sobre a equivocada decisão tomada pelo Partido dos Trabalhadores, porque não tenho propriedade para fazê-lo, entretanto, na condição de filiado e militante do PCdoB, o faço sem reservas.

Em nota, o líder da bancada comunista na Câmara diz que “acreditamos ser necessário a constituição de um pacto sincero e transparente entre a maioria e a minoria parlamentar com o objetivo de resgatar o papel do parlamento. Defendemos que a composição da Mesa tenha como base uma plataforma mínima que respeite os ritos, o regimento e a pluralidade partidária do parlamento. Com base nessa referência democrática, dialogaremos com o nosso campo político e com setores mais amplos, entre eles o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia”, diz o texto.

Oi? "Pacto sincero e transparente entre a maioria e a minoria parlamentar com o objetivo de resgatar o papel do parlamento"?

Me poupe!

Uma declaração como esta é o mesmo que concordar com a, também golpista, Marta Suplicy, anos atrás, de que "diante de um estupro inevitável, relaxe e goze".

Na luta de classes não há como "conciliar" com o nosso opressor!!!!

Quero deixar claro que (e quem me conhece sabe disso), respeito o glorioso partido mais antigo do Brasil, que na minha vida, desde que me entendo por "gente", almejo um mundo de justiça e igualdade social, por mais utópica que possa parecer essa luta, mas um argumento raso, evasivo e vago, como o que exposto na nota, dobra-me as tripas porque confirma o distanciamento do partido da perspectiva revolucionária.

Em troca do apoio à Maia o PCdoB visa impedir o avanço do Projeto de Lei da Cláusula de Barreira (conheça aqui) e o PT almeja um cargo na Mesa Diretora, mas eu pergunto: em que isto befecia a Classe Trabalhadora?

"çei"...

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