19 de mar. de 2013

Vale do Catimbau: Um paraíso criado pela natureza


Vale do Catimbau: Um paraíso criado pela natureza
Região de caatinga, com grande biodiversidade, localizada a 295 km do Recife, com extensos paredões de granito, o Vale do Catimbau abriga várias cavernas, canyons e sítios arqueológicos com inscrições rupestres. É um importante patrimônio cultural e natural esculpido pela Natureza há mais de 150 milhões de anos.
A região do Vale do Catimbau se estende entre os municípios de Buíque, Tupanatinga, Inajá e Ibimirim, entre o Agreste e o Sertão do Moxotó, tem 90 mil hectares e foi transformado, pelo governo federal, em Unidade de Conservação de Proteção Integral. É o segundo maior parque arqueológico do Brasil, ficando atrás apenas da Serra do Capivara, no Piauí.
O Vale abriga 23 sítios arqueológicos com grafismos rupestres já catalogados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, de acordo com pesquisas realizadas pelo arqueólogo Marcos Albuquerque, da Universidade Federal de Pernambuco, a presença humana na região é datada de seis mil anos.
Entre os sítios arqueológicos do Vale, um dos mais importantes é o de Alcobaça, localizado a 20 km da sede do município de Buíque. Situado em um paredão rochoso, este sítio tem configuração de um anfiteatro, onde foram encontradas pinturas rupestres ocupando uma área de 50 metros de extensão por largura que varia de dois a três metros.
Os grafismos, de acordo com estudos de Gislane Rocha, Fabiano Brito e Paulo Roberto Gouveia, foram feitos por diversos grupos étnicos que viveram na região em épocas diferentes e utilizaram várias técnicas de pintura.
No Vale, ainda vivem remanescentes de tribos indígenas. E uma outra grande riqueza da região é a extensa reserva de vegetação típica de caatinga, característica do semi-árido nordestino. São pequenas árvores retorcidas, geralmente espinhosas, de aspecto seco, raízes muito desenvolvidas, grossas e penetrantes. Durante a estação seca, essas árvores perdem as folhas, para melhor resistir à estiagem, retomando seu verde logo com a primeira chuva.
Um dos maiores entusiastas da importância do parque arqueológico é o geógrafo e pesquisador Josédio Gusmão, professor da Universidade Federal de Pernambuco, autor do livro “Aventura no Vale do Catimbau”. Assim ele descreve o Vale:
O lugar é deslumbrante. Cortado por dezenas de trilhas diferentes, onde em cada trilha a natureza nos reserva surpresas e elementos naturais os mais exóticos. O Vale do Catimbau é um misto de sítio arqueológico e parque de ecoturismo com muitos quilômetros quadrados de chapadões, vales, encostas, caatinga e matas. Suas formações geológicas apresentam os mais diversos tipos e cores de arenito. Datando mais de 100 milhões de anos, onde sua maior elevação registra-se 1.060 metros de altitude, na serra de Jerusalém. Dentro de sua área, existem perto de duas mil cavernas e 28 cavernas-cemitérios conhecidas, tendo uma variedade de inscrições e pinturas rupestres em diversos sítios. É um lugar realmente encantador, vale a pena ser visitado.”
“Ali encontramos fósseis de animais selvagens e peixes também com datação de milhões de anos, em alguns locais existe areia movediça (lama gulosa) e barreiras coloridas com mais de 50 cores em arenito. Sua vegetação típica do semi-árido (Caatinga), apresenta curiosas e diversificadas espécimes, além das características do semi-árido que ocupa toda a região.”
Atualmente, várias empresas de turismo atuam na região, realizando passeios ecológicos e culturais no Vale do Catimbau.

Fonte pe-az

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