11 de mar. de 2015

O PT tem que parar de tomar Rivotril

Na onda do "relaxa e goza" o PT não se dá conta que tem que parar de tomar Rivotril e encarar a realidade

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Há muito tempo que eu venho repetindo o que ouvi de minha querida amiga Sandra Cabral, quando a visitei em Saquarema tempos atrás, "o confronto será inevitável, porque a burguesia não vai abrir mão de nada para os mais pobres", me disse Sandra naquela tarde serena na varanda de sua casa.

Pois bem, não somos só nós dois que pensamos assim, para Lincoln Secco, professor de História da Universidade de São Paulo e autor do livro A história do PT, o grande problema do partido é o crescimento do "movimento" antipetismo, principalmente entre a classe média brasileira.

Em entrevista à Carta Capital, o professor afirma que "O erro do PT é esse. O partido jamais quis acirrar a luta de classes, mas o modelo de governo que ele constituiu, que elevou uma parte das classes pobres socialmente, acirraria inevitavelmente a luta de classes", confirmando a tese da minha amiga saquaremense.

Seguindo caminho contrário ao óbvio, a direção do Partido dos Trabalhadores parece se entupir de Rivotril e se recusa a enxergar o que está posto. 

Para que serve o Rivotril? Além de ser ansiolítico (agir contra a ansiedade), o remédio é anticonvulsante, poderoso relaxante muscular (e por isso é usado muitas vezes para tratamento de insônia) e é usado até para casos de overdose de anfetamina. Apesar de ter tantas propriedades, a categoria dos tranquilizantes não acompanha o sucesso do Rivotril.

“Essa categoria é apenas a sétima que mais vende no Brasil. Fica atrás de analgésicos, anticoncepcionais e mais uma lista de medicamentos”, conta a psiquiatra Andrea Mercantes.

Na entrevista o professor, numa colocação extremamente lúcida, sentencia: "O modelo de governo do PT está calcado em uma conciliação de classes, especialmente entre os muito ricos e os muito pobres. Isso deixou uma margem de manobra crítica, enorme, para os setores médios, que não ganharam nada nos governos Lula e Dilma. E é esperado que pessoas que emergiram das classes mais pobres para aquilo que o próprio Lula chamou de “nova classe média” acabe incorporando os valores da classe média tradicional. Isso forma uma base cada vez maior para o antipetismo. Nas últimas eleições, esse estrato social, que eu prefiro chamar de nova classe trabalhadora, se dividiu. Uma parte ficou fiel ao projeto do PT e outra parte migrou para o PSDB".

Portanto, ou o PT acorda para a realidade e parte para a luta com os que ainda o são fiéis, ou a história vai compará-lo ao sujeito que chega em casa e encontra a sua mulher fazendo sexo com o vizinho no sofá de sua sala e, em um acesso de fúria, o sujeito joga fora o sofá.

#ProntoFalei

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