7 de abr. de 2015

Festa na rede, a internet completa 46 anos

A internet completa 46 anos e o Brasil supera o Japão em número de usuários.

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

O Brasil comemora os 46 anos da internet com a quarta colocação no mundo em número de usuários da rede mundial de computadores, segundo cálculos da consultoria de tecnologia eMarketer.

Em 2014 éramos mais de 107 milhões de internautas, contra cerca de 99 milhões em 2013 e este ano deveremos atingir a marca de 3 bilhões de pessoas conectadas no mundo, cerca de 42% da população mundial.

Segundo estudos realizados pela professora Kellen Cristina Bogo, que é Graduada em Ciência da Computação e Colaboradora a Almeida & Cappeloza Consultores Associados, a internet foi desenvolvida pela empresa  Advanced Research and Projects Agency, ARPA, em 1969, com o objetivo de conectar os departamentos de pesquisa, esta rede foi batizada com o nome de ARPANET. 

Antes da ARPANET, já existia outra rede que ligava estes departamentos de pesquisa e as bases militares, mas como os EUA estavam em plena guerra fria, e toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, sua comunicação era extremamente vulnerável. 

Se a antiga União da Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, resolvesse cortar a comunicação da defesa americana, bastava lançar uma bomba no Pentágono, e esta comunicação entrava em colapso, tornando os Estados Unidos extremamente vulnerável a mais ataques. 

A ARPANET foi desenvolvida exatamente para evitar isto. Com um Back Bone que passava por baixo da terra, o que o tornava mais difícil de ser interrompido, ela ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota única para as informações, tornando-se quase indestrutível. 

Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar à ARPANET. Em 1975, existiam aproximadamente 100 sites. Os pesquisadores que mantinham a ARPANET estudaram como o crescimento alterou o modo como as pessoas usavam a rede. Anteriormente, os pesquisadores haviam presumido que manter a velocidade da ARPANET alta o suficiente seria o maior problema, mas na realidade a maior dificuldade se tornou a manutenção da comunicação entre os computadores (ou interoperação). 

No final dos anos 1970, a ARPANET tinha crescido tanto que o seu protocolo de comutação de pacotes original, chamado de Network Control Protocol, NCP, tornou-se inadequado. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a serem comunicados são divididos em pequenas partes. Essas partes são identificadas de forma a mostrar de onde vieram e para onde devem ir, assim como os cartões-postais no sistema postal. Assim também como os cartões-postais, os pacotes possuem um tamanho máximo, e não são necessariamente confiáveis. 

Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo protocolo chamado Transfer Control Protocol/Internet Protocol, TCP/IP, desenvolvido em UNIX, que é um sistema operativo (ou sistema operacional) portátil (ou portável), multitarefa e multiutilizador (ou multiusuário) . A maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia o crescimento praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de implementar em uma variedade de plataformas diferentes de hardware de computador. 

Nesse momento, a Internet é composta de aproximadamente 50.000 redes internacionais, sendo que mais ou menos a metade delas nos Estados Unidos. A partir de julho de 1995, havia mais de 6 milhões de computadores permanentemente conectados à Internet, além de muitos sistemas portáteis e de desktop que ficavam online por apenas alguns momentos. 

Histórico da Internet no Brasil 
A história da Internet no Brasil começou bem mais tarde, só em 1991 com a  Rede Nacional de Pesquisa, RNP, uma operação acadêmica subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, MCT. 

Até hoje a RNP é o "backbone" principal e envolve instituições e centros de pesquisa, universidades, laboratórios, etc. 

Pouca gente sabe, mas se não fosse pelo backbone, provavelmente não teríamos acesso à Internet em nossas casas, empresas, nos shoppings e outros ambientes. Backbone significa “espinha dorsal”, e é o termo utilizado para identificar a rede principal pela qual os dados de todos os clientes da Internet passam. É a espinha dorsal da Internet.

Esta rede também é a responsável por enviar e receber dados entre as cidades brasileiras ou para países de fora. Para que a velocidade de transmissão não seja lenta, o backbone utiliza o sistema “dividir para conquistar”, pois divide a grande espinha dorsal em várias redes menores.

Explicando melhor
Quando você envia um email ou uma mensagem pelo MSN, as informações saem do seu computador, passando pela rede local para depois “desaguar” no backbone. Assim que o destino da mensagem é encontrado, a rede local recebe os dados para então repassar para o computador correto.

Para entender melhor o conceito, pense no backbone como uma grande estrada, que possui diversas entradas e saídas para outras cidades (redes menores). Nesta estrada, trafegam todos os dados enviados na Internet, que procuram pela cidade certa a fim de entregar a mensagem.

No Brasil, as empresas prestadoras deste serviço são: BrasilTelecom, Telecom Italia, Telefônica, Embratel, Global Crossing e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

Bloqueio nacional
Você já deve ter ouvido falar de alguns países que bloqueiam o acesso a certos sites, como o YouTube. Como os sites, no submundo dos bits, nada mais são do que números de identificação, uma vez que esses códigos identificadores sejam bloqueados de modo que o backbone não possa enviar seu conteúdo, o país inteiro fica sem autorização para acessar as páginas.

Embora não pareça complicado, bloquear um site para que um país inteiro não tenha acesso ao seu conteúdo não é uma tarefa muito trivial. No entanto, uma vez feito, é praticamente impossível burlar a segurança.

Em 1994, no dia 20 de dezembro é que a EMBRATEL lança o serviço experimental a fim de conhecer melhor a Internet. 

Somente em 1995 é que foi possível, pela iniciativa do Ministério das Telecomunicações e Ministério da Ciência e Tecnologia, a abertura ao setor privado da Internet para exploração comercial da população brasileira. 

O surgimento de um Mercado Comercial 
No meio dos anos 80, havia um interesse suficiente em relação ao uso da Internet no setor de pesquisas, educacional e das comunidades de defesa, que justificava o estabelecimento de negócios para a fabricação de equipamentos especificamente para a implementação da Internet. 

A maioria desses serviços surgiu em função dos esforços de pesquisa das universidades e evoluíram para serviços comerciais, entre os quais se incluem o Wide Area Information Service, WAIS, o Archie, que foi criado no Canadá, o YAHOO, de Stanford, o The McKinley Group e o INFOSEEK, que são empresas privadas localizadas no Vale do Silício. 

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