15 de jul. de 2015

Secretário admite superbactéria em oito hospitais

Novo áudio vazou do GDF e secretário de Saúde admite que superbactéria atinge oito hospitais

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Em um áudio publicado no canal do Correio Braziliense do You Tube, o secretário de Saúde do Distrito Federal, João Batista de Souza, admite que o micro-organismo Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase, KPC, já afeta oito hospitais no Distrito Federal, entre públicos e particulares.

No áudio o secretário afirma que não se pode politizar o assunto porque este não é um problema exclusivo do DF, mas mundial. Batista parece desdenhar de sua interlocutora quando ela afirma que o problema poderia ter sido evitado. De forma zombeteira ele afirma que a previsão de casos na Europa para 2030 é de 390 mil, entretanto, ele admite que o problema no DF poderia ter sido minimizado.

Os hospitais infectados são: Santa Lúcia, Santa Helena, Santa Luzia, Sarah Kubitschek e no Hospital Regional de Ceilândia, HRC. O secretário afirma no áudio que “Tem um paciente que está lá [HRC] desde setembro do ano passado com KPC. No HUB, tive oito casos só em outubro de 2014”, comentou.

No DF oito pessoas que foram infectadas pela bactéria morreram este ano. Uma pessoa infectada segue internada no Hospital de Santa Maria:

KPC por Drauzio Varella
A “superbactéria”, foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000, depois de ter sofrido uma mutação genética, que lhe conferiu resistência a múltiplos antibióticos (aos carbapenêmicos, especialmente) e a capacidade de tornar resistentes outras bactérias. Essa característica pode estar diretamente relacionada com o uso indiscriminado ou incorreto de antibióticos.

A KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas, enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes, mortal.

Sintomas
Os sintomas são os mesmos de qualquer outra infecção: febre, prostração, dores no corpo, especialmente na bexiga, quando a infecção atinge o trato urinário, e tosse nos episódios de pneumonia.

Diagnóstico
A confirmação do diagnóstico se dá por meio de um exame de laboratório que identifica a presença da bactéria em material retirado do sistema digestivo. Infelizmente, nem todos os hospitais estão suficientemente aparelhados para realizar esse exame.

Prevenção
A prevenção é fundamental no controle da infecção hospitalar. Por isso, todos os pacientes portadores da bactéria KPC, mesmo que assintomáticos, devem ser mantidos em isolamento.

Lavar as mãos com bastante água e sabão e desinfetá-las com álcool em gel são medidas de extrema eficácia para evitar a propagação das bactérias. Esses recursos devem ser utilizados, tanto pelos profissionais de saúde que lidam com os doentes, como pelas visitas.

Outras formas de prevenir a propagação das bactérias incluem o uso sistemático de aventais de mangas compridas, luvas e máscaras descartáveis, sempre que houver contato direto com os pacientes, a desinfecção rotineira dos equipamentos hospitalares e a esterilização dos instrumentos médico-cirúrgicos.

Tratamento
Existem poucas classes de antibióticos que se mostram efetivas para o tratamento das infecções hospitalares pela bactéria KPC. Daí, a importância dos cuidados com a prevenção.

Recomendações
Lave as mãos com frequência, especialmente antes e depois de entrar em contato com pessoas doentes;

* Só tome antibióticos se forem prescritos sob orientação médica;

* Saiba que a maioria das infecções respiratórias não é causada por bactérias, mas, sim, por vírus sobre os quais os antibióticos não exercem nenhum efeito;

* Mantenha as visitas afastadas dos pacientes infectados;

* Higienize as mãos com álcool gel, sempre que possível;

* Esteja atento à nova regulamentação da Anvisa sobre o uso dos antibióticos;

*Procure reduzir ao mínimo necessário as visitas e consultas nos hospitais.

Confira:

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