10 de set. de 2015

Não sei se sonhei colorido

Não sei se sonhei colorido
Joaquim Dantas

Dormi e não sei se era noite
ou era dia,
mas alembrei-me de onde vim.
Eu vim da terra seca do Norte,
que depois virou Nordeste
e que ainda tem cabra da peste,
mamulengos e Eduins...

Terra que tem Ogãns
que atabacam
para os Pais Edus
nos castelos de Yemanjá.
Lugar onde eu propus
à toda alma de luz,
pra sempre se apaixonar...

Confeito de gazoza,
raspa-raspa
e figo de alemão,
com uma lapada de cana
na rua da consolação,
me levam ao túnel do tempo
nesse sonho-pensamento,
virtual recordação...

Mas esse povo que veve
cuspindo ódio e rancor, 
que nunca se apreciô
no Pátio de São Pedro
sentado, sozinho e cum mêdo
da força da repressão,
se acha todo bunito,
emocionalmente atingido 
pela tal corrupção.

Não sabem da missa um terço, 
do que aconteceu no começo,
dessa tal colonização...

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