6 de out. de 2015

Cunha agora agride indígenas

Foto Joaquim Dantas / Arquivo Blog do Arretadinho
Por causa de uma vigília de indígenas na Câmara, Cunha manda cortar energia elétrica e cerca o local com policiais

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Sob a gestão do deputado Eduardo Cunha, PMDB/RJ, a Câmara dos Deputados passa a ser a "casa do povo seletivo". Por causa de uma vigília promovida por cerca de 200 indígenas, quilombolas, pescadores e camponeses da Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais, no Plenário 1 da casa, Cunha mandou a polícia cercar o local e mandou desligar a energia da sala, deixando os manifestantes no escuro e com calor.

Segundo Cléber Buzatto, secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário, Cimi, "cortaram o microfone, o ambiente ficou abafado com o ar desligado e logo a luz foi cortada. Nesse momento, apareceram os policiais do Choque na porta do plenário”, contou o secretário do Cimi.

Cunha se recusou em receber as lideranças que reivindicam ações governamentais que protejam essas comunidades contra as milícias armadas, que os latifundiários contratam para tirar essas comunidades de suas terras.

A assessoria de comunicação da presidência da Câmara negou que o presidente tenha solicitado a presença do Batalhão de Choque, embora centenas de fotos publicadas nas redes sociais mostrem o contrário, mas admitiu que ele, Cunha, tenha ordenado que a energia elétrica do local fosse cortada, para que as pessoas ali instaladas saíssem de forma "pacífica".

Outro objetivo da vigília era o de comemorar os 27 anos da Constituição Federal, que até hoje não deu nenhuma garantia às comunidades tradicionais, pelo contrário, a Carta Magna vem sendo desconstruída paulatinamente em benefício, principalmente, dos grandes grupos econômicos e dos latifundiários.

O maior exemplo dessa desconstrução da Constituição é a Proposta de Emenda à Constituição, PEC, 215/2000, de autoria do ex-deputado Almir Sá, de Roraima, que transfere a competência da União na demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional. A proposta também possibilita a revisão das terras já demarcadas. Outra mudança seria nos critérios e procedimentos para a demarcação destas áreas, que passariam a ser regulamentados por lei, e não por decreto com é atualmente.

com informações do Cimi

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